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PUC-Rio
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Jornal/Revista: Jornal do Brasil Data de Publicação: 15/05/1993 Autor/Repórter: Ana Cláudia Souza
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ENTREVISTA: JOSÉ CARLOS MARTINEZ
Não só a programação da OM está sendo reformulada. Na sede da emissora, no bairro de Pilarzinho, em Curitiba, está sendo construído o novo prédio onde funcionarão os estúdios para produção de teledramaturgia. Há equipamentos eletrônicos novos e a ambição de ampliar a rede que já atinge 53% do território nacional, incorporando as afiliadas da Rede Manchete. Nesta entrevista, José Carlos Martinez, diretor-presidente da Rede OM, futura CNT, fala de alguns projetos.
- Por que a mudança de nome?
- Chegamos à conclusão que o nome Organizações Martinez estaria sempre ligado ao nosso lado político e que essa não e uma vinculação inteligente. O segundo ponto é que pretendemos fazer uma mudança radical na forma de conviver com o público.
- Contribuiu para a mudança o fato da sigla OM aparecer vinculada ao esquema PC?
- Não diria que não teve certa influência. Todo o assunto Collor pesou na balança e de alguma maneira prejudicou a empresa, até mesmo pelo fato de eu ser um político. Mas não temos nenhuma ligação com este esquema e agora é a oportunidade de nos desvincularmos definitivamente.
- Qual a ordem dos investimentos feitos pela emissora para esta nova programação?
- Conseguimos uma parceria grande com o Bamerindus. que nos fez um financiamento de aproximadamente US$ 3 milhões, com 10 anos para pagar. Há também outros empresários que viram que a empresa é de futuro.
- Já conseguiram sair da crise?
- O pessoal que saiu da emissora - ou seja, Guga de Oliveira, Galvão Bueno e companhia limitada - deixou um rombo enorme. Chegamos a perder entre 4 e 5 milhões de dólares. A empresa estava toda endividada, atrasamos salários. Mas agora a casa já está novamente em ordem.
- Qual será o perfil da CNT?
- Pretendemos fazer uma televisão mais amiga, companheira, familiar e alegre. Todas as nossas novelas, que por enquanto são importadas, não têm sexo - pelo menos explícito. No passado, alguns profissionais daqui exageraram e começaram a colocar no ar filmes como Caligula, que não é o que imaginávamos fazer em TV. Queremos uma televisão-esperança. Nossa pretensão é trazer de volta programas como Amaral Neto, o repórter, que deixam o espectador pra cima, e não os do tipo Aqui e agora e Documento especial.
- Qual o espaço que a CNT quer ocupar?
- Não estamos pensando tão rigidamente no problema da audiência. Mas tendemos buscar o terceiro lugar.
- Há projetos na área de teledramaturgia?
- Se o programa Era uma vez.... um projeto meu, em que uma atriz conta histórias para as crianças, der certo, ano que vem pretendemos teatralizá-lo. O segundo passo é trazer de volta o teatro para a TV.
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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 101106