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Jornal/Revista: Jornal do Brasil
Data de Publicação: 26/03/2005
Autor/Repórter: Angélica Kenes Nicoletti

CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS

Emissoras paulistas voltam a aquecer setor de teledramaturgia com novos textos, adaptações e reprises de novelas

A Record dá início na segunda-feira às gravações de Essas mulheres, novela de época que substituirá A escrava Isaura. A trama, baseada em três textos de José de Alencar (Diva, Lucíola e Senhora) e escrita por Marcílio Moraes e Rosane Lima, mais do que o investimento isolado de uma emissora no segmento, integra a retomada das novas produções em teledramaturgia pelas TVs paulistas. Neste momento, a Band está em contagem regressiva para a estréia de Floribella, em 4 de abril, enquanto no SBT o núcleo de novelas analisa os cerca de mil testes gravados até a última terça-feira para a escolha dos 32 nomes que farão parte do elenco fixo de Os ricos também choram.

- A previsão de início das gravações é no final de abril para as locações e em maio com o elenco nos estúdios e na cidade cenográfica - afirma David Grinberg, diretor-geral do núcleo de teledramaturgia do SBT. Segundo ele, em junho, estréia a trama - que já foi levada ao ar dublada pela emissora, em abril de 1982 -, inaugurando o horário de novelas com texto da cubana Inés Rodena.

Para os que prevêem a repetição de um enredo do passado, quando as emissoras paulistas arquivaram projetos depois de terem anunciado grandes produções, o momento demonstra que as TVs ensaiam novos capítulos ao adotarem como estratégia a contratação de diretores, autores e equipe técnica de ponta e a compra de equipamentos e estúdios. Soma-se a isso a abertura de novos horários para a teledramaturgia. O SBT inaugura segunda-feira o horário das 21h15, com a reprise de Xica da Silva, que foi ao ar pela extinta Manchete.

- A estratégia é acostumar o público com o novo horário, mantendo-o fiel à emissora - avalia Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia pela Universidade de São Paulo, que torce para que o reaquecimento do mercado seja similar ao dos anos 70.

Com o direito de obra de Dona Beija, o SBT tem planos de produzir a trama, que foi sucesso na Manchete.

- Mas primeiro vamos aguardar os resultado de Xica da Silva - afirma Grinberg.

Na Band, os investimentos também são analisados com ânimo e precaução. Sete anos após produzir o remake Meu pé de laranja lima, levado ao ar em 1998, a Band volta à teledramaturgia com intenção de investir em novas produções.

-Vamos esperar Floribella estrear e, no fim de abril, decidiremos nossos rumos - explica Marcelo Parada, vice-presidente da Band. Detalhe: Floribella é inspirada em Floricienta, produção que virou febre na Argentina no ano passado, de autoria da argentina Cris Morena, que escreveu Chiquititas.

- Queremos oferecer uma história sem restrições. Floribella tem enfoque juvenil, com censura livre - ressalta Parada.

Enquanto isso, a Record anunciou a compra de quatro estúdios de Renato Aragão, no Rio de Janeiro, e confirma um terceiro horário de novelas. De acordo com Hiran Silveira, diretor do núcleo de teledramaturgia, os investimentos em estrutura possibilitarão a inauguração de um segundo horário da emissora no segundo semestre, com uma trama contemporânea assinada por Lauro César Muniz e dirigida por Herval Rossano, diretor de A escrava Isaura, atualmente no ar.

- Também temos planos de construir novos estúdios no Rio para absorver projetos, como uma terceira novela no próximo ano - afirma Hiran.

Floribella é feita em parceria com a produtora argentina RGB, que tem em seu currículo a produção de sucessos exibidos no SBT como Chiquititas e o programa Popstars. Para adaptar a novela foi chamada Patrícia Moretzsohn, filha da dramaturga Ana Maria Moretzsohn e ex-roteirista da novelinha Malhação. A adaptação da novela Os ricos também choram, no SBT, será de Marcos Lazarini.

Na Record, além de Herval Rossano, a emissora tem entre seus profissionais Flávio Colatrello, que assumiu a direção de Essas mulheres e que tem em seu currículo Malhação e 12 novelas, como Corpo dourado.

- Existe um trabalho para a consolidação e previsão de que não existem apenas acertos. Só assim a emissora conseguirá uma curva ascendente - afirma o diretor, ao criticar iniciativas que considera imediatistas, como interromper produções quando cai a audiência.

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 107947