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Jornal/Revista: Folha de S. Paulo
Data de Publicação: 06/04/2005
Autor/Repórter: Esther Hamburger

BAND FAZ "FLORIBELLA" E PERDE IDENTIDADE

De tempos em tempos, a corrida pela audiência entre as emissoras de televisão aberta gera a produção de novelas.

Investimentos recentes da Record e a estréia de "Floribella", anteontem, na Band, indicam que passamos por mais um desses momentos. Qual será a chance das novas produções?

Esforços bem-sucedidos no passado possuem uma característica comum: fogem das fórmulas consolidadas na Globo.

A finada Rede Manchete iniciou os anos 90 com "Pantanal". Com visual diferente e horário pós-novela das oito, a experiência repercutiu, mas não durou.

A Globo recontratou Benedito Ruy Barbosa, que, de volta à casa, escreveu os títulos de maior sucesso da década, com direito a algumas das diferenças propostas na Manchete, como longas tomadas em plano geral de lugares bucólicos, de natureza "exótica".

A Cultura nos anos 80 fez "Mundo da Lua", uma novela infantil, com bom elenco de teatro que obteve índices significativos no início do horário nobre.

O SBT absorveu o horário. Vira-e-mexe obtém seus picos no Ibope com enlatados infantis ou adultos, "hipermelô", exibidos nessa mesma faixa, no início da noite.

A Band segue os passos da concorrente paulista e ataca com uma versão brasileira de um grande sucesso argentino.

A novela mistura de "A Noviça Rebelde" com "Chiquititas", "Menudos" e MTV. Tem o popular visual bem moderno, graças a alguns poucos efeitos especiais e a uma edição, digamos, ultra-rápida. Mas o roteiro é fraco, e o horário, pós-jornal, errado. O programa não combina com a emissora conhecida por seu jornalismo, especialmente o esportivo.

As emissoras continuam a apostar na velha fórmula novela-jornalismo, até que se prove o contrário. Para variar, a Band poderia, e é isso que se espera dela, investir nas marcas de bom jornalismo que a distinguem.

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 108301