GIKOVATE ABRE ''CANAL LIVRE'' AO PSICOLOGISMO
O debate sobre a atração fatal] entre analistas e pacientes, que marcou a estréia do psiquiatra Flávio Gikovate no ''Canal Livre'', teve a profundidade de uma piscina infantil. Incompetência do mediador ou prova de que a televisão nivela à mediocridade?
Gikovate revela-se um entrevistador inseguro e maçante. A tal neutralidade dos psicanalistas funciona junto a um divã, mas tem efeitos arrasadores diante das câmeras de TV, veículo de intervenção por excelência.
É incrível como o bando de psicólogos convidados pôde gera algo tão pré-freudiano e desinformativo para a massa de telespectadores que não freqüentam terapias e desconhecem o significado da transferência.
Vazio de inferências históricas sobre uma questão crucial desde a época em que se erguia os pilares da psicanálise, o programa reduziu-se ao mais banal opiniômetro.
Virou moda incensar a sombra de guru dos profissionais da psique, com resultado caricatural. A solitária exceção à regra foi o pioneiro ''Jovem Urgente'' (TV Cultura), do psicólogo Paulo Gaudêncio, nos longínquos anos 60, Era tão competente e sério que o regime autoritário mandou volatizar.
