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Nova Consulta

Jornal/Revista: Folha de S. Paulo
Data de Publicação: 02/08/1991
Autor/Repórter: Cláudio Ferreira e Rui Nogueira

PLANO DE COMPRA DA MANCHETE SAI EM 10 DIAS

O empresário Adolpho Bloch, 82, recebe dentro de dez dias uma proposta oficial para vender a Rede Manchete. Os empresários interessados na compra da emissora estão terminando o levantamento dos imóveis e dos equipamentos da rede inaugurada em 1983.

O dono da rede de colégios Objetivo, João Carlos Di Gênio, 48, está acompanhando o levantamento patrimonial da Manchete, enquanto o outro empresário que comanda as negociações, o deputado federal Paulo Octávio (PRN-DF), 41, assiste em Cuba os Jogos Pan-Americanos. A vistoria técnica na emissora foi acertada num encontro entre Paulo Octávio e Adolpho Bloch, no último dia 25, em Brasília.

Di Gênio disse à Folha que, depois do levantamento, os empresários vão pedir a Bloch unia carta de opção de compra. "É a formalização do início das negociações, que deverão durar 30 dias", afirmou Di Gênio, que já é sócio-proprietário do canal de TV Jovem Pan em São Paulo.

Entre os imóveis examinados, estão a sede da TV em São Paulo, os estúdios de Água Grande, no Rio de Janeiro, metade das propriedades em Brasília e as instalações em Belo Horizonte, Recife e Fortaleza. Segundo Di Gênio, a primeira avaliação dos equipamentos da rede indica que a maioria tem de seis a oito anos de uso. "A reposição destes equipamentos pode ter custos 30% menores do que os de instalação, por causa do barateamento da tecnologia", disse Di Gênio.

Bloch, que em 1988 quis vender a emissora e pediu US$ 350 milhões, aceita passar a Manchete para Paulo Octávio por US$ 200 milhões, preço estabelecido no dia 22 de maio numa reunião em Brasília. "É caro", disse Paulo Octávio à Folha antes de viajar para Havana. A contraproposta dos empresários, segundo Di Gênio, vai sair depois do levantamento imobiliário e técnico.

A idéia de dividir a compra da emissora por um pool de empresários continua de pé, mas não está definido o número de cotas em que será rateado o negócio. Até a semana passada,, Paulo Octávio dizia que "cinco empresários estão certos no negócio".

O prazo para o pagamento das cotas seria de cinco anos e não está confirmada a permanência de Adolpho Bloch como um dos cotistas. "Parece que ele não quer ficar", disse Di Gênio, sem ter ainda uma resposta oficial do dono da Manchete.

A negociação para a venda da emissora não inclui o prédio da Rua do Russel no Rio de Janeiro, sede do grupo Manchete. Dali, Bloch quer tocar aquilo que ele considera a atividade que realmente lhe dá prazer: a área gráfica e editorial.

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 16243