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Jornal/Revista: Folha de S. Paulo
Data de Publicação: 14/11/1993
Autor/Repórter: Roni Lima

GLOBO CONSTRÓI CIDADE PARA ''FERA FERIDA''

Novela que estréia hoje se passa na fictícia Tubiacanga

Com a estréia hoje de "Fera Ferida", às 20h30, o telespectador verá muito mais que um elenco de atores experientes, que há muito a Rede Globo não reunia numa só novela. Pela primeira vez na história de suas telenovelas, a emissora montou uma cidade completa para servir a todas as locações externas.

"Nem nos Estados Unidos vi algo desse tamanho", diz o diretor-geral de Cenografia da Globo, Mário Monteiro, 57. Ao todo, são 24 prédios em tamanho real - incluindo um cemitério e uma Câmara de Vereadores -, distribuídos por 30 mil metros quadrados de área.

A cidade fictícia de Tubiacanga - palco da trama de "Fera Ferida" - foi construída dentro da área de 1 milhão de metros quadrados do Projac (Projeto Jacarepaguá), que funciona há dois anos. O Projac é uma verdadeira

cidade de operação onde, ao longo dos anos 90, a Globo pretende centralizar toda a sua produção de novelas, especiais e shows.

Tudo em Tubiacanga parece grandioso. Chegou-se ao requinte de fazer um rio cortando a cidade. Na verdade, trata-se de um lago artificial com 1,7 milhão de litros de água, em que seis bombas hidráulicas ajudam a imitar a correnteza de um rio.

Comparada a outras "cidades" de novelas, Tubiacanga é cerca de dez vezes maior. "Normalmente, uma cidade cenográfica de uma novela tem de 3.000 a 5.000 metros quadrados de área", diz Monteiro. Tubiacanga é maior porque toda a novela vai ser baseada em suas ruas e prédios - com exceção de gravações internas das casas de alguns personagens, que serão feitas em estúdio.

Monteiro explica que, em geral, uma novela é baseada numa cidade real, como São Paulo. Assim, os planos mais gerais são gravados em locações externas reais, enquanto apenas detalhes da cidade ou de um bairro são reproduzidos em cenário -para utilização em gravações com planos fechados.

Além disso, esses cenários costumam ser de tamanho mais reduzido. Em Tubiacanga, no entanto, os imóveis têm, o tamanho real de uma cidade comum. Apesar da grandiosidade do projeto, a cidade foi montada em 45 dias, O volume do material empregado impressiona: foram utilizados 80 quilômetros de sarrafo, 40 quilômetros de tábua e 4.000 chapas de compensado, entre outros itens.

Monteiro afirma não saber os custos da empreitada. Diz apenas que uma "cidade" comum de uma novela custa em torno de US$ 400 mil. O diretor-geral afirma, porém, que o alto investimento em Tubiacanga será diluído ao longo da novela - pois não haverá gravações em locações externas, o que encarece a produção.

QUEM É QUEM

. Professor Praxede de Menezes (Juca de Oliveira) - Gramático purista, é diretor do Liceu e editor do jornal de Tubiacanga, que pertence ao Major Bentes.

. Raimundo Flamel (Edson Celulari) - Herói da novela, que volta a Tubiacanga para vingar a morte de seu pai, ex-prefeito da cidade. Ele reencontra sua paixão de infância, Linda Inês, filha de seu maior inimigo, o prefeito Demóstenes Maçaranduba.

. Linda Inês (Giulia Gam) - Linda opõe aos métodos políticos desonestos de seu pai. Ela tenta retomar a tecelagem da família, vendida para financiar a carreira do prefeito. Orgulhosa, disfarça a paixão que sente por Flamel.

. Major Emiliano Bentes (Lima Duarte) - Presidente da Câmara e dono da "Gazeta de Tubiacanga". Apesar de sua riqueza, recolhe tudo o que acha na rua. Com várias mortes em seu currículo, vive ameaçando seus adversários políticos.

. Demóstenes Maçaranduba (José Wilker) - Prefeito de Tubiacanga, é o principal suspeito da morte do pai de Raimundo Flamel. Sua carreira política é marcada pela corrupção e falta de escrúpulos.

. Guilherme Bentes (Rubens Caribé) - Filho do Major Bentes e vice-prefeito da cidade, é noivo de Linda Inês, mas sua paixão por ela não é correspondida.

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 23927