NOVELA 'ÉRAMOS SEIS' TEM ALTO CUSTO
Um autêntico mosteiro da Ordem dos Carmelitas calçados, construído no final dos anos 20 no belo e eclético estilo mouro-colonial espanhol, serviu de cenário para a aguardada estréia das gravações da novela Éramos seis, na última segunda-feira em São Paulo, que reinaugura o núcleo de teledramaturgia do SBT. No mosteiro funciona o tradicional Colégio Santo Alberto, locação de quatro capítulos da trama de Éramos seis, inspirado no romance da madame Maria José Dupré. A novela que estréia no dia 2 de maio, às 21h30, vai ter um custo elevado: 35 mil dólares por capítulo, 5 mil a mais do que os capítulos da TV Globo.
Escrito em 1945, o lacrimejante drama de dona Lola (vivido agora por Irene Ravache) - que fica viúva, empobrece e é obrigada a criar sozinha os quatro filhos - chegou a ser levado ao vivo na pioneira TV Record, nos anos 50, antes de se transformar em novela de sucesso na extinta TV Tupi, em 1967, com direito a um remake uma década depois. Não por acaso, o experimentado diretor Nilton Travesso, com 40 anos de televisão no currículo, se esmerava nas primeiras cenas gravadas de Éramos seis.
Durante as gravações - que vão ao ar nos capítulos 5, 6, 8 e 10 da novela - o sapeca garoto Alfredo (interpretado por Wagner Saintsteban), um dos filhos de dona Lola e ovelha negra da família, testa o amigo Lúcio (Rafael Pardo), que quer entrar para sua gangue, com uma travessura em plena sala de aula: colocar um sapo na lista de chamada da severa professora Benedita (Cláudia Melo). A ação se passa em 1921 e, além dos dois protagonistas do elenco infantil de Éramos seis, contou com 16 crianças figurantes, que representam uma sala de aula do 3° primário.
"Éramos seis é o mais importante desafio da minha carreira", afirma o diretor Nilton Travesso, 59 anos. "Sem uma tradição recente de novela, o SBT está praticamente começando do zero."
