VICENTE SESSO PREPARA REMAKES DE DUAS NOVELAS
Não há mais o que inventar. Pelo menos é o que parece quando o assunto é novela. As emissoras estão abarrotadas de remakes. E há autores tão cotados para terem suas obras reprisadas que chegam a trabalhar na adaptação de duas tramas ao mesmo tempo, como é o caso de Vicente Sesso. Ele está preparando os remakes de "Sangue do meu sangue" - provável substituta de "As pupilas do senhor reitor" no SBT - e de "Uma rosa com amor", para a produtora independente TV Plus:
- Vendi 200 dos 240 capítulos de "Sangue do meu sangue" para o Sílvio Santos e não pretendo fazer mudanças na história, que é de época. Já uma "Uma rosa com amor", que se passava nos anos 70, uma época marcada pela censura, deve ser atualizada.
Só que, por enquanto, a repetição na TV do sucesso protagonizado por Marina Pera e Paulo Goulart em 1972, na Globo, está apenas no papel. Sesso ainda está fechando o contrato com a TV Plus e não sabe sequer em que emissora será veiculada "Uma rosa com amor". Mesmo assim, já tem suas predileções para os papéis principais:
- A Denise Fraga faria urna ótima Serafina. E para o papel que escrevi especialmente para o Grande Otelo, o Pimpinoni, pensei no Akaiabi, que conta histórias para crianças na TV Cultura.
Segundo Sesso, escolher o elenco de "Uma rosa..." não será problema, já que há muitos tipos em idade madura. Na época em que foi exibida, a trama causou impacto no público, acostumado aos pares românticos sempre jovens.
- Quis romper com isso.
Além de Marília e Paulo, havia Felipe Carone, Lélia Abra-mo e Grande Otelo nos papéis principais - lembra.
Em contrapartida, uma das maiores preocupações do autor agora é em relação aos nomes que vão estrelar "Sangue do meu sangue".
- Na época em que foi apresentada pela Excelsior, entre 1969 e 1970, Fernanda Montenegro, Tônia Carrero e Nicete Bruno estavam na casa dos 30 anos e faziam papéis de mães. E agora? E difícil encontrar atores e atrizes nessa faixa de idade. Você liga a televisão para ver uma novela e parece hospital geriátrico. Se ninguém se preocupa em renovar, chegará a hora em que não teremos mais como montar um elenco - analisa.
