![]()
PUC-Rio
![]()
Jornal/Revista: O Estado de S. Paulo Data de Publicação: 17/03/1996 Autor/Repórter: Eduardo Elias
![]()
TAXISTA DO SBT SAI ÀS RUAS E DERRAPA FEIO NO TRÂNSITO
Improvisos e atrasos marcam o início das gravações, em São Paulo, da novela com Fábio Jr. e Sônia Braga
Uma câmera, dois astros, alguns contra-regras e um monte de curiosos. Foi assim, com uma equipe pequena e alguma confusão, que começaram nesta semana as gravações de Antônio Alves, Taxista pelas ruas de São Paulo. A novela é uma co-produção entre o SBT e a Ronda Studios, da Argentina. As gravações em estúdio serão feitas em Buenos Aires e as externas em São Paulo e Florianópolis.
A história se passa no Brasil. Mas na produção, que estréia em 22 de abril, quem apita são os argentinos. Com frases como "tchicos, no mirem ahora" ou "adelante, por fabor", os portenhos mostraram que o "jeitinho" não é um privilégio dos brasileiros.
Não havia roteiro definitivo. Era um improviso atrás do outro. Nem mesmo o táxi a ser usado pelo protagonista havia sido escolhido. Na manhã de segunda-feira, Francisco Narciso dirigia seu táxi na Rua Augusta quando foi parado: queriam alugar seu carro para a novela. "Acho que dei sorte", dizia o motorista.
Burocracia - A falta de organização ficou clara já na chegada ao Brasil: cerca de 400 quilos de equipamentos ficaram retidos na alfândega por falta de documentação. O diretor teve de se virar com uma câmera.
Na tarde de segunda-feira, as gravações ocuparam um clube de bocha no Campo Belo, Zona Sul. Em seguida, a equipe se deslocou para o Hospital Panamericano, na Zona Oeste. Alguns funcionários do hospital deixaram o trabalho para assistir à gravação da cena em que Antônio (Fábio Jr.) socorre uma estudante (sua mulher, Guilhermina Guinle) que havia tentado o suicídio jogando-se na frente de seu táxi.
Fora de cena, o casal Fábio Jr. e Guilhermina Guinle aproveitava cada intervalo para um beijo rápido. O clima de festa perdeu a graça quando a produção impediu por alguns instantes a entrada no hospital de uma ambulância que chegava com um doente.
Toró - Na quarta-feira foi a vez de Sônia Braga gravar suas primeiras cenas no Brasil. Sua personagem Odile deveria percorrer São Paulo a bordo de um ômega com motorista. O ponto de partida foi a Praça Irmãos Karmann, em Perdizes, na Zona Oeste.
Às seis da tarde, o carro saiu com uma câmera fixada no capô. Uma hora depois, chegava a notícia: o ômega estava preso num engarrafamento na Av. Paulista. Dois batedores da Polícia Militar tiveram de abrir caminho para o carro com a atriz. A essa altura, um temporal já alagava a cidade.
Na chegada à praça, o diretor gritava por um guarda-chuva. ''Tem guarda-chuva aqui não", respondeu um brasileiro da produção. Eis que surge um providencial guarda-sol - e a estrela chega quase seca a seu trailer-camarim. Falta de organização, pode até ser. De conforto, jamais.
![]()
Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 31628