PUC-Rio

Voltar

Nova Consulta

Jornal/Revista: O Estado de S. Paulo
Data de Publicação: 03/08/1997
Autor/Repórter: Liba Frydman

'O DIREITO DE NASCER' ESTÁ DE VOLTA

Sucesso no rádio e na TV dos anos 60 e 70, novela cubana será regravada este mês para o SBT

Algumas gravações já foram feitas, sem atores. A assessoria da JPO, a produtora do diretor Roberto Talma, afirma que foi só um ensaio de câmera, na estação ferroviária de Anhumas, interior de São Paulo. As gravações da nova versão de O Direito de Nascer, que a JPO produz para o SBT, começam, para valer, este mês, em Paraty, no litoral do Rio. A produtora que regrava a novela, escrita originalmente em 1946 pelo cubano Felix Caignet, cogita nomes como Esther Goes, Luiz Guilherme, Angelina Muniz, Guilhermina Guinle, Antônio Petrin.

A trama foi um sucesso do rádio brasileiro na década de 50. Na Rádio Tupi, em São Paulo, o herói Albertinho Limonta era interpretado por Walter Forster e, na Rádio Nacional, do Rio, por Paulo Gracindo, já artistas consagrados. A história não trazia segredos para o público, que sabia de tudo, o tempo todo. Quem não sabia de nada eram os personagens. Ignoravam até os laços familiares que os uniam. O grande suspense era a reação deles às revelações que iam sendo feitas.

Anos 60 - Teixeira Filho e Thalma de Oliveira fizeram a primeira adaptação para a TV Tupi. A estréia foi em 7 de setembro de 1964 com um elenco de estrelas. Nathália Timberg era a freira Maria Helena. Guy Loup foi a mocinha Isabel Cristina. A atriz acabou adotando o nome da personagem. Até que desistiu da carreira para se tornar a taróloga Mãe Gui. Vininha de Moraes, a Dorinha, virou empresária da área de turismo. Rolando Boldrin, o Ricardo, faz shows como cantor e compositor e Henrique Martins, o Alfredo, é diretor de novelas no SBT. Ainda integravam o elenco: Luiz Gustavo, Isaura Bruno (Mamãe Dolores), Elísio de Albuquerque (o perverso Dom Rafael), Maria Luiza Castelli e Vera Campos.

A história girava em torno de intrigas familiares. A solteira Maria Helena dá à luz um filho que seu pai, o crápula Dom Rafael, não aceita. O garoto é levado pela empregada Dolores para viver em outra cidade. E Albertinho Limonta, que cresce, torna-se médico e, por aquelas ironias dos bons folhetins, acaba livrando o avô da morte. Outra ironia: Albertinho se apaixona por Isabel Cristina, que vem a ser neta de Dom Rafael. Encerrada em agosto de 65, o elenco de O Direito de Nascer desfilou no Ginásio do Ibirapuera (São Paulo) e no Maracananzinho (Rio) numa festa marcada pela comoção popular e alguns desmaios entre o elenco.

Anos 70 - Em 1978, quando a Tupi já estava mergulhada na crise que acabaria fechando suas portas, O Direito de Nascer foi atualizada por Teixeira Filho e Carmen Lídia, numa tentativa de salvar a emissora. Eva Wilma foi deslocada de outra novela para interpretar a freira Maria Helena. Do elenco anterior só entrou Henrique Martins, como diretor, Amilton Fernandes e Carlos Augusto Strazzer - os Albertinho Limonta das duas versões morreram jovens.

A JPO promete versão requintada, com novas tramas para enriquecer a história. Se novelas mexicanas fazem sucesso, por que não a cubana O Direito de Nascer?

Voltar

Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 47658