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PUC-Rio
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Jornal/Revista: O Globo Data de Publicação: 12/05/2002 Autor/Repórter: Paulo Senna
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'CANAL LIVRE', POLÊMICA EM 80
"Canal livre" é um dos programas mais representativos da recente história da televisão brasileira. Sua existência coincidiu com o processo de abertura política, era uma tentativa de levar para a TV um jornalismo mais crítico, centrado na figura de uma personalidade entrevistada. Estreou em 1980, na TV Bandeirantes, aos domingos, às 22h15m. O diretor-geral era Fernando Barbosa Lima e Roberto D'Ávila comandava as entrevistas. O jornalista agia como uma espécie de "passador de bola" entre o entrevistado e os quatro jornalistas convidados, que mudavam a cada domingo. Os primeiros foram Sebastião Nery, Tarcísio Holanda, Flávio Tavares e Tarso de Castro. O convidado da noite de estréia foi o Ministro do Trabalho Murilo Macedo. Sargentelli participava de todos os programas, com sua voz em off a fim de quebrar a possível monotonia. Os nomes mais expressivos da música, política, economia e cultura, passaram pelo programa, como Chico Buarque, Fernando Gabeira, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Maria da Conceição Tavares, Paulinho da Viola, Magalhães Pinto e Tom Jobim. Houve entrevistas históricas como o de Alceu Amoroso Lima (Tristão de Athayde) e a do General Dilermando Monteiro. Uma das que teve maior audiência e polêmica foi a de Dercy Gonçalves. A outra foi de Dina Sfat entrevistando o General Dilermando. Na época a atriz comentou que, apesar do respeito que tinha pelo general e de saber de sua importância no apaziguamento de "uma situação que ninguém agüentava mais", sentiu medo ao entrevistá-lo. Fernando Barbosa Lima e Roberto D'Ávila fizeram 150 programas de entrevistas de 1980 a 1983, os anos históricos do programa. A atração esteve depois sob o comando de Belisa Ribeiro, Marília Gabriela e Silvia Poppovic. No próximo dia 19, na Bandeirantes, o programa retorna sob o comando de Márcia Peltier.
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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 78510