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Nova Consulta

Jornal/Revista: O Globo
Data de Publicação: 12/10/2003
Autor/Repórter: Elena Corrêa

MEXICANA, SIM, MAS SEM EXAGEROS

São Paulo - Em 2001, “Canavial de paixões” era um dos títulos oferecidos pela Televisa ao SBT para substituir “Amor e ódio”. Perdeu para “Marisol”, que teve como sucessora “Jamais te esquecerei”. A demora para a estréia, que finalmente acontece amanhã, tem um motivo: “Canavial de paixões” é uma trama ruralista que gira em torno de duas famílias, uma dona de uma usina e outra, dos canaviais de cana de açúcar.

— Não tínhamos como produzir antes por causa do tempo do corte de cana e a coincidência dos trabalhos da usina Essa história foi praticamente a primeira novela que nós íamos produzir. Era a melhor delas — explica David Grimberg, diretor-geral do núcleo de dramaturgia do SBT.

Adaptada por Ercila Pedroso do texto original mexicano de Caridad Bravo Adams, “Canavial de paixões” conta a história de Paulo (Gustavo Haddad) e Clara (Bianca Castanho), que se apaixonam e sofrem todo tipo de obstáculos. Suas famílias se tornam rivais porque a mãe de Paulo, Teresa (Débora Duarte), desconfia que o marido, Amador (Victor Fasano), foi amante de Débora (Cláudia Ohana). Tudo porque os dois morrem juntos num acidente de carro. Viúva e herdeira do grupo Usineiro Giácomo, Tereza vive em guerra com Fausto (Jandir Ferrari), viúvo de Teresa, pais de Clara.

— Na verdade ela não teve um caso com Amador, quem teve foi a Raquel (Helena Fernandes) . Mas isso só é revelado no fim da novela — adianta Ercila. — É um novelão com intrigas, mentiras, e todos os personagens giram em torno dessa trama.

O custo da novela é de R$ 90 mil por capítulo. E, graças ao número reduzido de personagens (39), o orçamento permitiu que fossem contratados atores mais caros, alguns egressos da Rede Globo, que estavam soltos no mercado, sem contrato.

— A emissora me acolheu num momento em que eu queria muito trabalhar — diz Thierry Figueira, que será o filho ilegítimo de Amador, criado por padre Antônio (Jonas Mello).

— Acho que se é um bom trabalho, não importa a emissora, importa o bom trabalho — reforça Fernando Rancoletta, diretor de elenco, que, em duas semanas, chegou a fazer quase dois mil testes com candidatos a um papel.

Os cenários estão caprichados. São 2.500m² de cidade cenográfica, mais dois estúdios de 850m², cada um com seis cenários fixos e espaço para mais quatro, montados conforme a necessidade. A trama é ambientada em Iracenápolis, no interior de São Paulo, a 150 Km da capital, que na ficção ganha o nome de São Bento dos Canaviais. Uma réplica da usina de Iracenápolis foi montada na cidade cenográfica.

Sem nenhum pudor em defender os textos mexicanos, Jacques Lagoa, diretor-geral, promete um produto sem, digamos, os exageros dos dramalhões originais:

— Estamos tentando contemporizar, não forçar a barra, tornar a coisa crível, humana para o telespectador. Sem os penteados, sem as roupas, sem os anéis e sem a maquiagem mexicanos.

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 91557