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Nova Consulta

Jornal/Revista: O Globo
Data de Publicação: 07/12/2003
Autor/Repórter: Paulo Ricardo Moreira

O HOMEM CERTO NO PAPEL CERTO

Fazer o mocinho é bom, mas interpretar o bandidão é muito mais gostoso. Pelo menos é o que pensa Oscar Magrini, o ambicioso Agenor da novela “Canavial de paixões”, do SBT. Com notáveis papéis de cafajeste no currículo — o cafetão Ralf, de “O rei do gado”, e o mulherengo Humberto, de “Esperança” — o ator diz que, pela primeira vez, está vivendo um personagem 100% vilão:

— Estou adorando fazer o antagonista da história. Agenor só pensa nele, faz tudo para se dar bem na vida. É capaz até de matar.

Na trama mexicana, o capataz da usina já causou a morte de Amália (Patrícia Mayo) ao mandar incendiar sua loja. Esta semana, ele ordenará que Oswaldo (Marcelo Médici) provoque um acidente com Paulo (Gustavo Haddad), herdeiro dos Giácomo, para afastá-lo da presidência da empresa.

Mas o vilão não é uma fera o tempo todo. O ator lembra que Agenor fica mansinho quando está diante da patroa, Teresa (Débora Duarte), que também é uma víbora:

— Agenor quer envolvê-la para que ela se case com ele. É o braço direito dela. Seu sonho é ser dono da usina.

Para compor o personagem, Oscar Magrini deixou a barba crescer pela primeira vez. Na fase inicial da trama, tingiu os fios grisalhos, mas os assumiu depois que a história deu um salto de 15 anos no tempo. Quando terminarem as gravações, no próximo dia 15, ele garante que vai raspá-la, mas gostou da mudança no visual:

— A torcida está dividida. Umas fãs querem que eu tire, outras acham que fico charmoso. Acho que a barba dá um peso, envelhece muito.

Aos 42 anos de idade e 13 de carreira, o ator afirma que nunca teve preconceito contra folhetins mexicanos. Muito pelo contrário.

— Os textos mexicanos são impecáveis, têm todos os ingredientes que as pessoas gostam de ver — diz ele, que em 2000 protagonizou “Ganância” e “Senhora das águas” em Portugal. — Os portugueses fazem novelas muito bem.

Oscar já tinha feito duas tramas no SBT: “As pupilas do senhor reitor” (94) e “Sangue do meu sangue” (96). Nesta nova passagem pela emissora, ele conta que não sentiu diferença de estrutura para a Rede Globo e destaca o ambiente familiar. O ator torce para que Bandeirantes e Record voltem a produzir novelas em 2004:

— Vai ser bom para todos se ampliarmos o mercado.

Casado com a atriz Matilde Mastrangi e pai de Isabela, de 12 anos, o ator vai passar o Natal em Atibaia, onde mora. Ano que vem, pretende viajar com a peça “Os segredos do pênis”, mas ainda não tem planos para a TV.

— Amo o que faço. Vou aonde tiver trabalho — diz.

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 92775