PUC-Rio

Jornal/Revista: O Estado de S. Paulo

Data de Publicação: 23/06/1996

Autor/Repórter: Luiz Costa

CLÁUDI LIZ CURTE LUA-DE-MEL COM A TV Modelo, mãe e pronta para novo casamento, quer firmar carreira de atriz com novela do SBT Terreno novo, aprendizado relâmpago. Começar da estaca zero é o preço que, há dois anos, a modelo Cláudia Liz aceitou pagar pelo desejo antigo de virar atriz. Aos 26 anos, dez em passarelas e estúdios fotográficos, a motoqueira Júnia de Razão de Viver considera conquistas as lições que tem aprendido em sua nova profissão. A primeira descoberta ao encarar as (novas) câmeras: o trabalho de um ator é um ato coletivo. "No início pensei que o desempenho dependia só da minha performance", diz ela. "Mas depende também do contato com quem se contracena, do diretor que define sua postura e a temperatura de uma atuação, da equipe técnica." A estréia de Cláudia como atriz foi no final de 1994, com o filme, de Walter Hugo Khouri, As Feras. "Cheguei à maturidade como modelo, por isso queria partir para outra coisa", explica. "Sendo modelo sempre representei personagens, me considerava uma atriz das formas.'' Depois da rápida participação na novela Cara & Coria, como a pin-up Deb, veio o longa As Meninas. No filme, integrou o trio de alunas formado também por Drica Moraes e Adriana Esteves, atual colega na novela SBT. "O que me chamou ate no cinema é como os movimentos e o olhar funcionam melhor quando contidos", explica. "Na TV, os momentos de intensidade dramática em uma história com muitos capítulos são muito mais diluídos, o que impõe outro tipo de interpretação, mais casual." Cláudia confirmou na prática algo que já percebera intuitivamente: a importância do chamado subtexto para compor um personagem. "É preciso saber o que está atrás das palavras." Subtexto - A motoqueira Júnia guarda um segredo: abandonou o noivo antes de selar um casamento arranjado entre clãs de latifundiários do Pará. Sua intérprete a descreve como uma e mulher, com toques masculinos. "Ela tem essa necessidade de avançar a qualquer custo, de não se prender a bobagens e curtir o presente enquanto se é cutucada pelo passado", diz. "Seu temperamento é sutil, ela é amiga de Zilda sabendo que a outra é amada por Pedro, o homem que ela gosta." Nascida em Goiânia, Cláudia começou a carreira de modelo aos 15 anos, em 1985. Um ano depois já circulava em revistas de moda na Itália. Até 90, rodou pela Europa, Japão e Estados Unidos. De volta ao Brasil, casou com o nightclubber Ângelo Leuzzi e , em 1990, abriu a loja de "psiconveniência''' Santa Ignorância. Atuar é sua atual prioridade. "Diminui o ritmo de desfiles e fotos e tenho duas aulas semanais de interpretação". Tem dois convites para estrear no teatro no segundo semestre, mas prefere assumir projetos só em janeiro. Após as gravações de Razão de Viver, em outubro, se dedica ao filho Luca, de três anos, e à lua-de-mel italiana com o publicitário Celso Loducca.

Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 101009