A INSPIRAÇÃO DO VILÃO É ELE MESMO
Apesar de sempre ter querido interpretar um vilão, Leopoldo Pacheco nunca imaginou que seria o malévolo mais lembrado por dez entre dez atores. O ator, que estreou na TV como o imigrante libanês Samir na minissérie “Um só coração”, mal coube em si quando soube que seu papel em “A escrava Isaura” seria o de Leôncio. Na trama que estréia na Rede Record dia 18, às 18h45m, ele aparecerá mandando açoitar escravos e praticando todas as perversidades contra Isaura (Bianca Rinaldi), por quem se apaixonará perdidamente.
— Leôncio não é um vilão qualquer, é “O VILÃO” — brinca Pacheco, que em 23 anos de profissão (ele tem 44 de idade) é considerado o faz-tudo no teatro: já foi maquiador, cenógrafo e até figurinista (e premiado!). — As pessoas me perguntam em quem eu estou me inspirando para fazer as cenas de maldade. E eu digo: procuro referências em mim mesmo. Todo mundo tem um lado Leôncio. Estou no momento de botar as bruxas para fora. Ainda bem que fiz um bonzinho antes ( na minissérie da Globo ), de repente as pessoas não vão sentir tanta raiva de mim agora.
O ator não está preocupado com as comparações que possam fazer entre o seu Leôncio e o que Rubens de Falco fez na versão da Globo, em 1976. E já até recebeu um conselho do colega veterano, que desta vez será o comendador Almeida, pai de seu personagem.
— São duas novelas diferentes, baseadas no mesmo livro. Cada uma com um olhar peculiar — argumenta o ator. — Rubens me disse que eu não tenho que sentir medo de interpretar o vilão.
Mas muita gente vai, inevitavelmente, comparar as duas versões. Bianca Rinaldi está a cara de Lucélia Santos; a abertura terá quadros de Debret (na primeira havia desenhos de esravos); a música-tema da abertura será a mesma, “O retirante”, mas com novos arranjos. Sai a voz de Dorival Caymmi e entra a de Rogério Machado. O famoso “Lerê lerê” ficará a cargo da backing vocal Luana Cossetti.
