COM UM JEITO 'MALHAÇÃO' DE SER
A novela Floribella é mais do que a volta da Band às novelas depois de cerca de seis anos fora dos folhetins. É também a tentativa de emplacar um estilo diferente dentro do gênero, mais puxado para o musical, de acordo com a emissora. Mas, a julgar pelos dois primeiros capítulos, Floribella está longe de ser um musical, pelo menos no sentido que essa palavra assume no cinema. As músicas só aparecem quando a banda na qual canta a protagonista da trama está ensaiando ou se apresentando. Mais ou menos como em Malhação, da Globo, que tem um grupo - a Vagabanda - formado por personagens.
A Vagabanda acabou fazendo certo sucesso na vida real, mas vai ser difícil as canções de Floribella emplacarem do mesmo jeito que as da novelinha da Globo, pois são mais ingênuas, com um tom infantil, de cirandinha. As da Vagabanda têm mais a ver com seu público de adolescentes, enquanto as da produção da Band não parecem ter destinatário certo.
Aliás, fica meio difícil saber qual o público de Floribella, adaptada de uma novela argentina. Tem jeito de Malhação, não muito apropriado para adultos. Ou para quem leva o gênero a sério. Os personagens são caricaturais e boa parte do elenco atua como se estivesse em um palco de teatro infantil, encenando para os olhos de crianças. A trama segue esse caminho, com uma variação de Cinderela. Inclui-se aí a atuação de Juliana Silveira, dona do papel principal, mas que ao menos tem carisma e atrai simpatia.
Do elenco jovem, que segue a escola Malhação de interpretação, se destaca André Luiz Miranda, o baterista da banda, que já esteve em Terra nostra, da Globo. Pena que tenha que soltar algumas frases melosas e breguinhas - inacreditáveis na boca de um garotão que toca bateria. A ótima Zezé Motta passa pelo mesmo problema.
Na noite de estréia, Florisbella teve 3,5 pontos no ibope, com pico de 5, ficando na quarta colocação na audiência. O segundo capítulo teve média de 3, com 4 de pico.
