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PUC-Rio
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Jornal/Revista: O Estado de S. Paulo Data de Publicação: 15/02/2006 Autor/Repórter: Ubiratan Brasil - Taíssa Stivanin
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NOVELA MENCIONARÁ ARAGUAIA
Personagem de Cidadão Brasileiro procura parente perdido
Antes de se aventurar, com Missão Impossível, em grandes produções inspiradas em séries de TV, o diretor Brian de Palma já buscara na tela pequena material para seus filmes. E, se o orçamento foi menor, o resultado compensa. É o caso de Os Intocáveis, que o AXN (Net, Sky, TVA, DirecTV) exibe às 22 horas.
Conta a história de um jovem policial (Kevin Costner)que, nos anos 1930, tenta colocar um fim às ações criminosas dos gângsteres chefiados por Al Capone (interpretado por Robert De Niro). Ele forma um grupo de incorruptíveis, conhecido por "intocáveis". Entre eles, um velho policial à beira da aposentadoria, vivido por Sean Connery, que lhe oferece as mais valiosas lições de combate à corrupção.
Connery faturou merecidamente o Oscar de melhor coadjuvante por um papel que lhe cai como uma luva. São dele as melhores frases do filme, além de uma das cenas capitais, em que sua violência é utilizada para convencer um membro da gangue de Capone a detalhar a lista de corruptos. Mérito também para o roteiro de Lawrence Kasdan, que se revela melhor escritor que diretor.
Cineasta das referências, Brian De Palma deixa de fazer aqui homenagem a Alfred Hitchcock, para dirigi-la a Sergei M. Eisenstein, recriando de forma brilhante a célebre cena da escadaria de Odessa em O Encouraçado Potemkin. Inesquecível.O autor Lauro César Muniz vai abordar o desaparecimento de presos políticos e a guerrilha do Araguaia em sua nova novela, Cidadão Brasileiro, que estréia no dia 13 na Record. A temática vem ao encontro das inúmeras discussões sobre as famílias de ex-militantes que pedem a abertura de inquérito para investigar as mortes e identificar o que ocorreu com os corpos na guerrilha. Na década de 70, o grupo perdeu 59 combatentes. Apenas um foi identificado até hoje - Maria Lúcia Petit.
Entre os anos de 1991 e 2001, corpos foram retirados de cemitérios no Estado do Tocantins (TO) e de uma aldeia indígena no Pará (PA), mas eles ainda não foram identificados.
A personagem envolvida na guerrilha do Araguaia será Tereza, vivida pela ex-global Luíza Tomé. Ela será uma professora, ativista política e simpatizante do Partido Comunista, que se envolve em 1970 com a guerrilha do Araguaia buscando sua filha, Eleni, que se engajou na luta armada, segundo o autor. Lauro César vai retratar, anos depois - a novela passa-se em três fases e um epílogo, de 1955 a 2006 -, o drama da família em busca do corpo de uma parente morta. Ele não confirma, mas provavelmente é Tereza. "Mostrarei as conseqüências de uma personagem que desapareceu nos 'porões' da ditadura, morta durante a guerrilha, e cujo corpo leva muito tempo para ser entregue à família. Isso será bem perto do final da novela, nos anos 90", diz.
O lado da repressão terá representatividade em Atílio, personagem de Floriano Peixoto. "Ele acaba por ser o representante da ditadura em sua cidade, mantendo vigilância sobre os prefeitos eleitos", conta o autor. Atílio será vilão, antagonista de Antônio Maciel (Gabriel Braga Nunes), o protagonista da história e personagem-título da trama.
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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 117463