PUC-Rio

Jornal/Revista: Jornal do Brasil
Data de Publicação: 23/06/1991
Autor/Repórter:

ATOR PASSA NOITE PRESO POR DESACATAR POLICIAL

O modelo e ator Roberto Bataglin, de 28 anos, terminou a noite de sexta-feira na DP (Leblon). Ele se desentendeu com o soldado Reinaldo da Silva, do 23° BPM (Leblon), quando manobrava seu Monza UW 7789 à saída da lanchonete Pizza Shop, na Avenida Ataulfo de Paiva, Leblon, e foi autuado por desacato à autoridade. Na delegacia, ainda nervoso e fora de si, o ator tentou agredir um cinegrafista da TV Manchete. Depois de ser levado ao Instituto Médico-Legal, onde, submetido a testes, constatou-se que não estava alcoolizado, Bataglin pagou fiança de Cr$ 25 mil e foi liberado.

O delegado-adjunto da 14° DP, Waldemar Gonçalves, ouviu o policial envolvido na discussão. Reinaldo alegou ter levado um empurrão do ator, que ainda o ofendeu após ser advertido. "Ele manobrava seu Monza para trás e para frente, amassando os carros que estavam estacionados", contou o PM. Roberto Bataglin - o Rodrigo, da novela Lua cheia de amor, da TV Globo - se negou a acompanhar o PM no carro policial, indo a pé até a delegacia. Seu amigo Marcelo Augusto Moraes de Matos, de 27 anos, segurança da emissora, declarou não ter presenciado a ofensa ao policial na frente da pizzaria e não considerou agressiva a atitude tomada por Bataglin na delegacia. "Ele até chorou", disse.

No início da madrugada, quando foi flagrado pela imprensa na delegacia, o ator se irritou com o trabalho do cinegrafista Marco Accioli, da TV Manchete, e empurrou a câmara dele. Bataglin, praticante de luta marcial, teve de ser contido pelos pais, o irmão e o segurança. Mais tarde, às 5h30, quando saía da delegacia, Roberto Bataglin, procurando demonstrar calma, negou que tivesse batido em outros carros e agredido o PM.

Ao contrário de suas declarações, o delegado Waldemar Gonçalves disse que o ator, ao chegar na delegacia, jogou-se no chão e tentou fugir, sendo impedido por policiais. Ele estranhou o teste do Instituto Médico-Legal ter dado negativo. "Se acusasse embriaguez, o fato seria atenuado". O delegado autuou Roberto Bataglin por desacato à autoridade e não tomou seu depoimento. "Ele alegou não estar em condições psicológicas e tem direito a depor em juízo", explicou. Bataglin vai responder a inquérito e, se for processado, poderá ser condenado a um ano de prisão, pena máxima neste caso por ser primário.

Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 15735