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PUC-Rio
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Jornal/Revista: Folha de S. Paulo Data de Publicação: 27/08/1991 Autor/Repórter: Teresa Ribeiro
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''ROSA SELVAGEM'' GRAVA DISCO NO BRASIL
Com a participação de Chitãozinho e Xororó, Verônica Castro canta em português seus hits mexicanos.
Verônica Castro, a Rosa, da novela mexicana "Rosa Selvagem" que o SBT exibe às 21h, de segunda a sábado, chegou a São Paulo anteontem para colher os louros do sucesso da novela, tal qual sua amiga, a atriz Gabriela Rivero, a professorinha Helena, da novela "Carrossel".
Verônica, 38, é diplomata, atriz e cantora. Completa 25 anos de carreira em dezembro e é uma artista de grande prestígio em seu país. Nunca foi casada mas tem dois filhos, Cristian de 17 anos e Michel de 10. Mora com a mãe, os irmãos e os filhos.
Verônica falou à Folha no hotel Crowne Plaza, ao lado do autor e diretor de novelas, Vicente Sesso, 59, que escreveu em 1981 "Verônica, o Rosto do Amor", novela que a tornou conhecida no mundo todo.
Verônica grava um disco pela Polygram, cantando em português seus sucessos mexicanos, como "Mamma Mia", "Meu Tolo Amor" e "Miragem". Segundo a Polygram, Verônica já vendeu 50 mil discos no México. Seu LP brasileiro terá participação de Chitãozínho e Xororó.
Folha - Afinal qual sua profissão, atriz, cantora ou diplomata?
Verônica Castro - Um pouquinho de tudo. O problema é que eu me aborreço. Não gosto de fazer uma coisa só.
Folha - Quantas novelas e peças você já fez?
Verônica - Umas 25 novelas, 25 filmes e umas 35 peças de teatro. Tenho também 13 LPs gravados. E programas de televisão há 25 anos.
Folha - Por que você estudou diplomacia?
Verônica - Minha mãe não me deixava trabalhar se não me formasse. Me formei em 1974. Agora no meu país me chamam para ser política. O artista é visado porque tem potencial de votação mas são poucos os que têm formação universitária.
Folha - Você vai entrar na política?
Verônica - Agora não, talvez quando minha carreira declinar. Folha - Por que você veio gravar aqui no Brasil?
Verônica - Porque já gravei em espanhol e italiano quando a novela passou no México e na Itália há três anos. Ainda não tinha tido a oportunidade de trabalhar aqui.
Folha - Que tipo de música você canta?
Verônica - Gosto de música divertida, com ritmo.
Folha - Você canta, além de apresentar e produzir o programa "La Movida", diário, na TV Mexicana?
Verônica - São mais de seis horas de programa, eu canto e entrevisto grandes estrelas, sobretudo espanhóis, como Julio Iglesias. Do Brasil, Roberto Carlos.
Folha - Qual sua semelhança com a Rosa?
Verônica - Fui muito criticada em meu país porque Rosa é como eu. É minha forma de ser. Pensavam que eu havia ficado igual à personagem. Eu me apoderei da personagem e a personagem se apoderou de mim.
Folha - Você acha que é um sinal de bom senso exibir uma história de "Cinderela" como "Rosa Selvagem" na TV?
Verônica - E a forma de trabalhar dos mexicanos, para toda a família. Falar de sexo, drogas, mostrar nus, são coisas que não devem existir numa novela, porque é um programa familiar. Estamos cercados de filmes americanos que já têm a violência, o sexo, a droga em grau máximo.
Folha - Como é ser mãe solteira nesse contexto?
Verônica - O México é um matriarcado. Os homens são um pouco irresponsáveis. Eles gostam de ter duas, três famílias. Sendo mulheres livres e solteiras temos que ir adiante com os filhos. No nosso país a mãe é o mais importante. O dia das mães é feriado nacional.
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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 16525