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PUC-Rio
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Jornal/Revista: Jornal do Brasil Data de Publicação: 04/08/1993 Autor/Repórter: Lia Carneiro
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CLIMA PESADO PARA A ESTRÉIA NO SBT
Irmã de Angélica teria tentado abafar agressão ao anão
SÃO PAULO - A nova data de estréia de Casa de Angélica, o programa da apresentadora no SBT, está marcada para segunda-feira. O programa deveria ter estreado no dia 2, mas uma série de desentendimentos obrigou a emissora a modificar seus planos. Apesar do anúncio da estréia, a equipe não parece muito entusiasmada. Tanto que a apresentadora não quer dar entrevistas e todos os seus representantes também estão evitando falar.
O péssimo clima de trabalho da equipe foi revelado no dia 28 de julho, depois que o angélico Édson Carlos de Almeida Júnior, de 1,80 m de altura, chutou e arrastou pelo chão Joaquim Lopes Salgado, um anão que mede 95 cm, e desempenha o papel de Animal, um monstrinho que fica animando a platéia. Salgado registrou queixa por agressão no 9° Distrito Policial, mas no inicio da semana, com a intermediação do empresário de Angélica, Ivo Moraes, acabou "fazendo as pazes" com Júnior e retirou a queixa. Para os amigos, porém, Salgado deixou claro que a agressão ocorreu sim (está gravada em vídeo), mas que ele mudou de idéia porque precisa manter seu emprego.
Quem assistiu ao deprimente episódio confirma a versão do anão e acrescenta que, ao chutá-lo, Júnior gargalhava e compactuava com outros dois angélicos e também com um dos seguranças de Angélica. Além disso, várias pessoas confirmam que os angélicos já estavam satirizando Joaquim. Nos bastidores do SBT, comenta-se que o caso foi rapidamente abafado porque a empresária dos angélicos é ninguém menos do que Márcia, a irmã de Angélica. "Logo após o incidente, Angélica ficou trancada no camarim e a Márcia se referia aos anões como 'esse tipo de gente' ", conta uma pessoa que assistiu à briga, mas que prefere não se identificar.
Júnior não alterou suas declarações, garantindo que tudo foi uma brincadeira. E a assistente de produção, Alexandra Chevchuk, garante que, devido à fantasia de Joaquim, "ele não tinha noção do que estava acontecendo".
Quem viu a cena confirma que a fantasia era pesada - Joaquim passou mal com pressão baixa durante a gravação - mas não o suficiente para que o anão perdesse a noção de estar recebendo um chute.
Toda essa irritação seria um retrato da insegurança da apresentadora e de sua família em relação ao primeiro formato do programa. Com historinhas de Cláudio Paiva, anões animando a platéia de crianças e um cenário moderno e arrojado (a casa da apresentadora contava com uma cadeira feita de vassouras e um sofá com um colchão de água cheio de flores), a primeira versão do programa não tinha nada a ver com a fórmula de brincadeiras, cantores e angélicos dançando. Até mesmo o visual de Angélica dispensaria as tradicionais botinhas.
Mas a animação das crianças na gravação do piloto teria provocado uma sensação de insegurança em Angélica, no sentido de que o novo formato roubava a cena da estrela e excluía os angélicos. O final da história já é conhecido: a loirinha rodou a baiana e o diretor Rogério Gallo e sua equipe foram demitidos.
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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 22362