PUC-Rio

Jornal/Revista: Meio & Mensagem
Data de Publicação: 09/10/1995
Autor/Repórter: Francisco Fulcushima

MAIS CANAIS NA GLOBOSAT

A Globosat, que contabilizou cerca de 550 mil assinaturas no mês passado, anunciou na última semana que três novos canais entrarão no ar no próximo ano, sendo um infantil em parceria com a News Corporation, outro educativo, com a Fundação Roberto Marinho e o terceiro jornalístico, em conjunto com a Rede Globo. "Trata-se de um projeto ambicioso e já estamos começando a formatar o negócio", afirma Alberto Pecegueiro, diretor geral da empresa. Ele disse que a Globosat investirá US$ 30 milhões no próximo ano para abertura de novos canais.

Pecegueiro aproveitou a oportunidade para anunciar o fechamento de acordo operacional com a GW, empresa responsável pela produção dos programas políticos de Mário Covas na última eleição ao governo de São Paulo. Ao mesmo tempo, confirma para o próximo dia 5 o início das transmissões de seu quinto canal, o Shoptime, resultado da associação entre a programadora e os grupos Garantia e M Com. Os investimentos com o novo canal somam US$ 6 milhões, sendo 50% da M Com, 40% da Globosat e 10% do Grupo Garantia. O Shoptime colocará à disposição dos assinantes os produtos das Lojas Americanas, que poderão ser adquiridos sem que o consumidor saia de casa.

Neste momento em que se prepara para festejar seu quarto aniversário, comemorado em novembro, a Globosat também começa a colocar no ar novas co-produções nacionais, com vistas a ultrapassar a faixa de 650 mil assinantes no próximo mês.

"Queremos marcar a identificação do público brasileiro com a nossa programação", anuncia Pecegueiro. Segundo ele, a Globosat está investindo neste ano cerca de US$ 3 milhões em programas como Primeiro Plano e Scientia. O primeiro, no ar desde quinta-feira passada, apresenta as vanguardas de música, teatro, cinema e filosofia no País e em todo o mundo. Scientia, produzido e apresentado pelo jornalista Luís Fernando Silva Pinto em Washington, nos Estados Unidos, foi ao ar neste sábado e aborda as descobertas e avanços do mundo da ciência e da tecnologia.

Enquanto isso, a diretora do GNT e do Sportv, Letícia Muhana, informa que foi adiado para março o lançamento de outra co-produção nacional, a minissérie Chatô, de Fernando Morais, prevista inicialmente para novembro. Entre outros projetos, prevê-se também para o Multishow a produção de peças teatrais, por meio de seis câmeras no teatro, que transformarão o espetáculo em televisivo. "Estamos à procura de produtoras que tenham linguagem televisiva", anuncia Wilson Cunha, diretor do núcleo de entretenimento da Globosat.

Por sua vez, o gerente de programação do Sportv, Armando Nogueira, anuncia trabalho especial de reformulação da emissora, que em dezembro terá nova apresentação gráfica. O trabalho, desenvolvido por Ricardo Van Steen e Ucho de Carvalho, confere tratamento mais harmônico e colorido j aos logotipos, vinhetas e chamadas do canal. As mudanças ocorrem neste instante em que o Sportv parte com maior agressividade para o mercado com vistas a garantir transmissões exclusivas de campeonatos de futebol, basquete, vôlei e outros.

Foi por isso que fechou acordo operacional com a GW, que atuará como um núcleo avançado de produções em São Paulo. Pelo acordo, a GW está desde quinta-feira passada oferecendo à Globosat infra-estrutura formada por escritório, equipamento externo, ilha de edição e duas unidades móveis para transmissão de eventos, sob a coordenação do editor Alexandre Boyd, deslocado do Rio para São Paulo. "Acreditamos que 80% das coberturas serão feitas para o Sportv", prevê Olívio Petit, chefe de redação do canal.

Desde o início de suas atividades, em novembro de 91, a Globosat já investiu mais de US$ 100 milhões em equipamentos, montagem de estúdio e contratação de pessoal. O faturamento da empresa deverá atingir US$ 40 milhões este ano, bem acima dos US$ 16/17 milhões de 94. Cerca de 85% da receita é proveniente de assinaturas. Pecegueiro calcula que até 99 as verbas provenientes de publicidade deverão representar 50% do faturamento. "O mercado publicitário ainda tem dificuldade de entender o funcionamento da indústria de TV por assinatura", julga.

Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 29850