PUC-Rio

Jornal/Revista: O Estado de S. Paulo
Data de Publicação: 12/11/1995
Autor/Repórter:

SÁBADO, ADRIANE GALISTEU INAUGURA 'PONTO G'

O programa da modelo na CNT/ Gazeta inclui pesquisa, entrevistas e esportes radicais

Eduardo Elias

Pouco a pouco ela vai abandonando a imagem da namorada desolada para mostrar que pode acelerar sozinha sua carreira. Aos 22 anos, loira, linda e em ótima forma, Adriane Galisteu já foi muito bem com suas curvas nas páginas de Playboy. Mas agora o desafio é bem maior - e em rede nacional. Estréia na CNT, neste sábado, o Ponto G, com o qual Adriane entra firme na disputa pelo público jovem.

"Acho que a gente conseguiu um programa redondo, bem do jeito que eu queria", diz a agora apresentadora Adriane, que ao lado do redator Paulo Lima e do diretor Billy Bond, definiu o formato do programa. Apesar de fazer algumas entrevistas, Adriane descarta o rótulo de talk show. Ela garante que o forte do programa é a versatilidade. "Vamos ter temas curiosos, polêmicos e divertidos, ou seja, muito conteúdo, mas forma bem leve."

Com uma hora de duração, o programa de estréia vai tratar de um só tema: Deus. A ex-modelo faz de tudo um pouco. Se "aproxima" da morte saltando de pára-quedas a quatro mil metros de altura. Tem jogo de cintura suficiente para improvisar, ao invadir (disfarçada) um casamento para abordar religião e tradição. E entrevista a folclórica Dona Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia - que já se acostumou a distribuir bênção a legiões de peregrinos.

Com um ritmo de edição bastante ágil, todo o primeiro programa será entremeado com um debate entre o músico Lobão e o rabino Henry Sobel (líder da comunidade judaica no Brasil), dentro do quadro Tabu. A abertura do programa foi feita na praia do Forte, na Bahia, sob a coordenação do fotógrafo Klaus Mitteldorf.

Preconceito - O redator (e idealizador de boa parte dos quadros) Paulo Lima se diz surpreso com o desempenho de Adriane. Paulo, que também é diretor da revista Trip, admite que, em um primeiro momento, ficou preocupado com o preconceito que parte do público alimenta em torno da ex-modelo - que a considerou oportunista quando da morte de Ayrton Senna. "Mas logo isso ficou de lado, pois a Adriane tem uma habilidade natural em se relacionar", diz. "Além disso, ela sabe muito bem o que quer e confia no seu potencial."

Sem se deixar abater com eventuais críticas, a mais nova apresentadora da TV se entusiasma com o projeto ("o Ponto G é genial"). Ela acha que está no caminho certo para se fixar na carreira, apesar de admitir que ainda é um começo. "Sei que ainda tenho muito o que aprender."

Para os que duvidam da capacidade da moça, o diretor Billy Bond tem um recado: que não se espere uma Adriane tipo bonequinho teleguiado, nos moldes de "Xuxa ou Angélica". "Ela é muito despachada: às vezes até tenho que mandá-la parar de falar", brinca Billy.

Ele acredita que as (muitas) entrevistas que concedeu já deram a Adriane a base necessária para conduzir seu próprio programa. "Ela desenvolveu uma técnica apurada, pois levou muito chumbo dos entrevistadores", diz o diretor, que também é dono da Black & Red, que produz o programa. Em outras palavras, o diretor é sócio de Adriane na empreitada. A moça pode ser ainda uma incógnita como apresentadora. Mas já provou ser uma excelente mulher de negócios.

Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 30258