PUC-Rio

Jornal/Revista: O Globo
Data de Publicação: 10/05/2000
Autor/Repórter: Elena Corrêa

UM FOLHETIM QUE SEGUE A RECEITA TRIVIAL DO GÊNERO

A novela da Record, "Marcas da paixão", que estreou anteontem, não promete tornar-se um marco na teledramaturgia, mas, cumprindo o arroz-com-feijão, poderá evitar o risco de maiores erros. Logo no primeiro capítulo, a autora Solange Castro Neves apresentou todos os personagens. Os diálogos já deram ao público pistas sobre o passado e objetivos futuros de cada um.

As presenças de Walmor Chagas e Cláudio Cavalcanti valorizaram algumas cenas. Walmor, como o rico fazendeiro Jorge, que tenta reencontrar suas filhas, nascidas de dois casos amorosos do passado, levou o capítulo nas costas. Resta esperar para ver se a presença dele não fará falta, já que o personagem morreu na estréia.

Jussara Freire e Carla Regina estavam à vontade no sertão baiano. A primeira fez lembrar a doce Filó de "Pantanal", e a segunda reviveu o sotaque aprendido em "Mandacaru". Nathália Timberg e Irene Ravache trocaram de perfis. Nathália, acostumada a ser a vilã, é uma avó bem-humorada. Já Irene pintou os cabelos de ruivo mas precisa afiar mais as garras para mostrar que é a malvada da história. As passagens do cenário rural para o urbano, com fusões de imagens, funcionaram.

Dispensável a seqüência em que bandidos perseguem Ivan (Eriberto Leão). Sua tentativa de se proteger das balas se escondendo atrás da vegetação rasteira do sertão foi deprimente. Tomara que a explosão do avião em que Jorge morreu tenha sido o último toque de aventura da trama. A média de audiência foi de 10 pontos, boa para a emissora.

Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 56284