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PUC-Rio
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Jornal/Revista: Pay TV Data de Publicação: 01/02/1996 Autor/Repórter: Edylita Falgetano
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GLOBOSAT DÁ AGORA UM SALTO RUMO AO SEU FUTURO PRÓXIMO
A programadora está investindo pesado na área de produção de programas. As obras para instalação do complexo de pós-produção estão a 40% de seu final.
A Globosat vai dar um tom mais tropical à programação de seus canais. A instalação de quatro novas ilhas de edição para melhorar o acabamento dos produtos nacionais exibidos pelos canais da programadora está em fase de conclusão.
Há quatro anos, o objetivo da empresa era apenas empacotar programas, e na época foi dada grande ênfase ao assunto transmissão, sem se cogitar a hipótese de pós-produção. O surgimento da Net - há três anos - alterou o rumo da Globosat, que procura atualmente apresentar uma programação que atenda às exigências dos telespectadores acostumados com um elevado padrão.
A decisão de investir na compra, instalação e montagem do complexo de pós-produção é o pontapé inicial para a entrada de novos canais produzidos pela Globosat. "Existe grande interesse dos assinantes em conhecer e assistir programas internacionais", diz Luiz Fernando Martins, diretor de engenharia da Globosat. " Mas o que o brasileiro gosta mesmo de ver na TV são programas com uma linguagem, acabamento e estética compatíveis a seus hábitos e costumes", completa Martins.
Todo esse cuidado para cativar o assinante tem seu preço. Mesmo sem revelar o montante do investimento, comenta-se na empresa que o valor para a compra, instalação e montagem do complexo de pós-produção da Globosat é superior ao aplicado pela Bandeirantes e SBT juntas na modernização de suas produções.
Esse valor será complementado, ainda este ano, com a execução do projeto da sexta ilha que irá integrar a central. "Nossa intenção é avaliar a possibilidade de comprar equipamentos light works da Grass Valley e composição gráfica da Silicon. Mas essa decisão só será tomada em abril, após a NAB (o maior evento internacional de TV)", informa o diretor.
Avançando no tempo
A atual CPP com quatro máquinas Abekas e um gerador de caracteres acoplado com a ilha de sonorização e computação gráfica com placa Targa irá se sentir quase pré-histórica se comparada aos equipamentos e layout das novas ilhas. Todas as máquinas estarão em uma central, e durante o processo de edição só estarão visíveis nas salas os editores e monitores.
Para abrigar os novos equipamentos, a empresa está ampliando o espaço físico de suas instalações. As imagens captadas pelas câmeras BVP 550 da Sony e pelas HL43 da Ikegami serão editadas no novo complexo de pós-produção montado no segundo andar do prédio anexo ao nº 1209 da rua Itapiru, onde funciona a empresa no Rio de Janeiro.
Duas ilhas serão totalmente digitais baseadas no editor top da Grass Valley - o Sabre -, onde todos os elementos de edição de vídeo podem aparecer simultaneamente na tela, agilizando e facilitando o trabalho do editor. O equipamento controla o Profile, da Tektronix, que simula as máquinas de VT DVW da Sony.
As outras duas são híbridas - meio analógicas, meio digitais -, tendo em comum com as full digital a mesa de efeitos GVG 1200 e efeitos digitais DPM 700, da Grass Valley, mas usará o editor VPE da mesma empresa com VTs BVW da Sony.
Para a ilha gráfica foram comprados três Hurricanes, da francesa Getris Images, com cinco estações de animação em 3D e pintura com placa digital em real time. O Hurricane permite a composição em tempo real facilitando o demorado processo de rotoscopia. "Com apenas 15 dias de treinamento, os técnicos conseguiram um aproveitamento de 60% da máquina", anima-se o diretor de engenharia da Globosat.
Tudo novo - Além dos investimentos de pós-produção, a Globosat continua dando atenção ao assunto transmissão. No andar acima do complexo de pós-produção, entrará em operação o novo centro de exibição simultânea de canais que será totalmente automatizado, e com grande capacidade de recepção de sinais. Quantos canais estarão sendo transmitidos é um segredo guardado a sete chaves pelos dirigentes da programadora.
Novos equipamentos. Novas instalações. Novos canais. Novos programas. Muitos investimentos. Mas ainda não dá para saber a capacidade de produção do novo complexo. As características da programação dos canais Globosat é que irá definir a quantidade de programas que serão produzidos internamente. Por enquanto, só está definido um canal educativo em parceria com a Fundação Roberto Marinho.
O que se pode dizer é que tecnicamente a empresa está preparada para novos tempos na área de produção, e jogando pesado para concorrer no mercado. O aproveitamento desses equipamentos vai depender da criatividade para entrar em sintonia com o assinante, que espera por novos tempos em termos da programação que paga para assistir.
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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 78011