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Documento Número: 230527
Jornal/Revista: Valor Econômico
Data de Publicação: 18/04/2019
Autor/Repórter: Luciano Buarque de Holanda

"HANNA" EM CAMADAS COMPLEXAS

Série traz jovem criada em floresta.

"Hanna" reúne os astros de "The Killing" Joel Kinnaman e Mireille Enos, o que talvez justifique sua agressiva campanha de marketing. Pois, para começo, mal entendemos como o projeto saiu do papel.

Trata-se de uma adaptação do thriller homônimo de Joe Wright ("O Destino de uma Nação"), lançado ainda em 2011. O filme foi bem recebido pela crítica, mas definitivamente não marcou época, nem teve tempo de formar um culto. A direção de Wright, turbinada pela trilha dos Chemical Brothers, marcava mais que a premissa, meio genérica. É possível que você já tenha visto o filme e nem se lembre.

O criador, David Farr, que assinou o roteiro do "Hanna" original, aponta que há diferenças cruciais na série, que, de fato, ganha camadas mais complexas, intrincadas. O saldo desta primeira temporada, entretanto, não é mais que uma versão mais prolixa e demorada do filme de Wright. A história de "Hanna" funciona melhor como veio ao mundo: concisa, frenética, própria para a duração de um longa-metragem.

Na trama, a garota do título, interpretada pela novata Esme Creed-Miles, cresce isolada da civilização numa erma floresta polonesa. Sob a tutela do pai (Kinnaman), ex-agente secreto, ela treina diariamente avançadas técnicas de guerrilha e sobrevivência. Do mundo exterior, Hanna nada sabe além do fato de que todos são inimigos e que querem vê-la morta, sobretudo aqueles que mataram sua mãe, 15 anos antes.

Chega a puberdade, entretanto. Hanna fica cada vez mais curiosa acerca do mundo além da floresta. Desobedecendo o pai, estreita relações com um jovem madeireiro, que, inadvertidamente, lhe expõe à civilização. Pulando "spoilers", a protagonista acaba por se tomar alvo de uma perseguição militar, vendo-se obrigada a abandonar seu esconderijo. Quando confrontado, o pai confessa que vem preparando-a para esse momento desde sempre, delegando à filha a missão de eliminar a algoz da família, a agente da CIA Marissa Wiegler (Mireille).

"Hanna" é essencialmente um thriller de ação, cuja trama vai parar numa mirabolante conspiração envolvendo experimentos genéticos e supersoldados. Melhora nos momentos mais humanos, sobretudo quando a protagonista recebe abrigo de uma família britânica de férias no Marrocos.

A despeito do marketing, "Hanna" não agradou a crítica, nem causou burburinho nas redes sociais. Uma vez que a série parece bem concluída em oito episódios, dificilmente teremos uma segunda temporada.

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 230527