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PUC-Rio
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Jornal/Revista: O Dia Data de Publicação: 19/11/1989 Autor/Repórter:
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ANOS CINZENTOS MUDAM O VISUAL DE KANANGA
A novela Kananga do Japão entrará em sua terceira fase ainda neste mês (na sinopse são previstas 5 fases), quando a trama avança 6 meses no tempo, deslocando-se para novembro de 1933. É nesta época que Dora, já presa pelo assassinato de Noronha, finalmente senta no banco dos réus.
E o público poderá notar uma significativa mudança no visual dos personagens. Segundo Colmar Diniz, que assina os figurinos, as pessoas estarão mais sóbrias devido aos ares cinzentos da época, marcada pela ascensão do nazifascismo e pela aproximação da 2° Guerra Mundial:
- As mudanças no figurino estão sendo feitas aos poucos e a partir de 1934 as roupas ganharão cores escuras como o vinho, o cinza, o preto e o marrom. Quanto aos modelos, as cinturas vão definitivamente para o lugar, as saias ficarão mais compridas, os saltos dos sapatos também vão aumentar e os chapéus serão menores - afirma, acrescentando que, no que se refere à moda masculina, as bocas das calças ficarão mais largas, os jaquetões terão um corte mais fechado e as pontas dos colarinhos ficarão mais compridas.
ARTESANAL - O figurinista da novela lembra que a partir da década de 30 houve um incremento na indústria e que as casas de costura começaram a se expandir, influenciando o vestuário do povo brasileiro: "Na década de 20 as roupas eram confeccionadas de modo mais artesanal", explica.
Para Colmar, o grande valor de Kananga do Japão está no fato de que tudo o que se refere à novela está sendo feito na própria Rede Manchete: "Eu e mais uma equipe de quatro pessoas idealizamos as roupas, que são desenhadas e passadas para as costureiras da Manchete. E isso faz com que haja um total entrosamento entre as pessoas", comenta.
Quanto aos cabelos e maquiagem, quem define o que muda é o supervisor geral de maquiagem da Rede Manchete, Guilherme Pereira, orientado pela equipe de pesquisa da novela. Segundo ele, no início de Kananga a maquiagem fazia com que os olhos das mulheres ficassem mais caídos, com sombras escuras variando entre o azul e o verde e batons muito vermelhos ou amarronzados. Nesta nova fase os olhos serão suavizados e os cabelos modificados de acordo com os personagens: "Não vou mudar todos os personagens ao mesmo tempo porque as pessoas não cortam os cabelos ou usam a maquiagem da moda ao mesmo tempo", esclarece.
Guilherme está querendo mudar o visual da Lizzete (Elaine Cristina), mas está esperando uma definição sobre o triângulo amoroso que volta a ser formado com Alex (Raul Gazola), Dora (Christiane Torloni) e Lizzete: "Não sabemos ainda o que vai acontecer com a Lizzete, se ela vai voltar para a prostituição ou se continua com Alex. O mesmo acontece com a Christiane Torloni. Ainda estamos estudando o seu visual. Mesmo assim, o público já deve estar notando uma sensível diferença no penteado da Dora, que deixou de ser meio ingênua para se tornar mulher mais determinada", conta.
PERMANENTES - A novela começa a entrar na época dos permanentes no cabelo e a Sílvia (Júlia Lemmertz) será a primeira a usar os cachos: "Como mulher rica e de sociedade Sílvia sofre logo a influência de moda da Europa. Já em Letícia (Tônia Carrero) quase não haverá mudança, pois ela tem uma personalidade muito marcante", explica.
A gomalina usada nos cabelos dos homens também será descartada, a não ser no caso de Alex, que, segundo Guilherme Pereira, já tem marca registrada na novela.
Mas todas as mudanças, antes de chegar à direção de Kananga do Japão, são estudadas entre Guilherme, sua equipe e os próprios atores, pois, conforme explicou o supervisor de maquiagem, de nada adianta agradar ao cabeleireiro e maquiador e à direção, quando o ator não está satisfeito com a mudança: como é ele quem vai aparecer no vídeo, é importante que se sinta seguro quanto ao seu visual.
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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 10792