UMA FRANCESA DE BEM COM A VIDA
O sucesso de Josephine, na novela "Kananga do Japão", e o prêmio que recebeu pela sua participação no filme "Primeiro de abril, Brasil" são dois motivos de grande alegria para a atriz Rosamaria Murtinho. Ela diz que atualmente atravessa um momento muito especial nos seus mais de 30 anos de carreira
Com um sorriso largo e uma expressão de alegria, a atriz Rosamaria Murtinho diz estar em lua-de-mel com a vida. E não é para menos: após ter vivido personagens que marcaram época, como Eunice, a mulher do Carlão em "Pecado capital", ela ganhou recentemente o Kikito de melhor atriz no Festival de Gramado por sua atuação no filme "Primeiro de abril, Brasil". Satisfeita com essa premiação, já que nunca tinha feito cinema em sua vida, a atriz tem ainda outros motivos para se sentir feliz: vem recebendo da crítica e do público uma excelente receptividade pela personagem que interpreta em "Kananga do Japão", a francesa Josephine, e obtendo grande sucesso pelo Brasil com a peça "Direita, volver", que está há quatro anos em cartaz.
- Este vem sendo um momento especial em minha vida - declara a atriz, que se entrega ainda a outros projetos.
Ela aguarda o lançamento do seu segundo filme, "Natal da Portela", em que teve uma "participação afetiva", como diz, e estuda convites para trabalhar em uma nova peça. Muito ativa, Rosamaria ainda participa de movimentos sindicais, da Comissão Pró-Dignidade -que surgiu para apurar o afundamento do "Bateau Mouche IV" - e reúne fôlego para desenvolver uma atividade paralela à de atriz: há 14 anos ela é também empresária. A atriz justifica com uma frase toda essa movimentação:
- Faço a hora, não espero acontecer.
Com mais de 30 anos de carreira, ela explica que se tornou empresária como opção em termos financeiros.
- Os atores e as atrizes estão buscando essa alternativa, que vem sendo um caminho a mais campo artístico - acrescenta Rosamaria, que atualmente mora em uma bonita casa na Barra com dois dos seus três filhos: o ator Rodrigo e o diretor Mauro Mendonça Filho. O músico João Paulo está casado e não reside mais com a mãe.
A atriz, que está separada do ator Mauro Mendonça, com quem foi casada por mais de 20 anos, prefere não comentar sobre novos amores, mas dá uma dica:
- Estou feliz, muito feliz mesmo!
Quando se refere a Rosamaria Murtinho, a diretora de "Kananga do Japão", Tizuka Yamazaki, não poupa elogios. Muito satisfeita com o desempenho da atriz, ela considera que Rosamaria vem realizando o trabalho com muito amor, emprestando à personagem Josephine um brilho especial.
- A Rosinha - como Tizuka chama carinhosamente a atriz - vem atuando em "Kananga" de uma forma singular, com uma dedicação muito grande, quase como se estivesse fazendo o seu primeiro papel. Ela demonstra uma disponibilidade imensa na entrega ao personagem. Rosamaria Murtinho também está gostando muito de trabalhar com Tizuka. Considera a diretora fantástica, não só como profissional, mas também como pessoa:
- Ela é sensacional. O fato de a Tizuka ser a diretora foi um dos motivos que me levaram a aceitar o papel.
Além de poder trabalhar com atores do gabarito de Rubens Corrêa, a atriz lembra que o fato de a novela ser escrita por Wilson Aguiar Filho a ajudou a se decidir por participar de "Kananga". Ela estava há três anos sem fazer novela e agora se diz feliz em encarnar a Josephine.
- Em todo lugar que eu vou, sempre aparece alguém que diz estar gostando da personagem. A colônia francesa é um dos segmentos que mais manifestações vem dando em relação a esse trabalho, considerando perfeito o sotaque que faço -conta a atriz, lembrando que se baseou em Henriette Morineau e em amigos franceses para dar a medida exata dos erres guturais e as demais características de nacionalidade de Josephine.
