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PUC-Rio
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Jornal/Revista: O Estado de S. Paulo Data de Publicação: 25/08/1996 Autor/Repórter: Eduardo Elias
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GLOBO CHEGA AO JAPÃO FALANDO PORTUGUÊS
Programação da emissora será atração do Brazil Channel, canal dirigido aos 170 mil brasileiros que vivem no país
O satélite diminuirá os 18 mil quilômetros entre Brasil e Japão. A partir de 1º de outubro, a Globo chegará aos nisseis e sanseis brasileiros radicados na terra do sol nascente por meio de um canal em português. Em contrapartida, o principal canal japonês, o NHK já vem sendo transmitido em toda a América Latina pelo novo sistema, de TV por assinatura, o DTH (Direct To Home).
Os 170 mil dekasseguis residentes no Japão vão poder assistir ao Sai de Baixo, ao Jornal Nacional e às novelas da Globo no novo canal Brazil Channel. A iniciativa é do empresário Yosluo Muranaga, dono de um jornal no Japão escrito em português com tiragem de 55 mil exemplares.
As negociações para o canal, entre Muranaga e Roberto Irineu Marinho, vice-presidente executivo da Globo, começaram em setembro do ano passado. Foi uma longa estrada, mas até que enfim deu certo", comemora o empresário Muranaga, que prefere não dizer os valores do acordo - a Globo vai receber uma porcentagem do que for arrecadado.
Segundo Muranaga, a intermediação do Itamarati foi decisiva para o lançamento do empreendimento. Por isso, a pedido do embaixador brasileiro no Japão, Fernando Reis, o canal vai dedicar horários para programas educativos. "Vamos ter programas da TVE e talvez da Cultura", diz Muranaga.
O canal brasileiro vai integrar o sistema DTH, que vem funcionando há três meses no Japão com o nome PerfecTV. A tecnologia. é semelhante à usada desde julho pelo DirecTV, da TVA. O sinal chega digitalizado, via satélite, a uma miniparabólica de 60 centímetros de diâmetro.
''Para nós é melhor do que utilizar cabo, pois a colônia brasileira está muito espalhada'', diz Muranaga, que lança também o canal Cadena Sur, de Miami, com programas de 16 países da América Latina. No Japão, o equipamento pode ser comprado por US$ 480. A assinatura dos 21 canais básicos custa US$ 25. O Brazil Channel será opcional, ao preço de US$ 38.
Sumô - No Brasil, o equipamento pode ser conseguido, por comodato, por R$ 990, mais os R$ 150 da instalação. A assinatura (feita pelo telefone 0800-173-700) custa R$ 53 por mês e inclui os 47 canais que atualmente são oferecidos pelo sistema. Entre eles, estão todos os oferecidos pela TVA e mais os exclusivos Multipremier (de filmes), Bloomberg (de notícias, especialmente econômicas), Zaz (infantil) e o NHK que chegará ao Brasil menos de um segundo depois de atingir 35 milhões de casas no Japão.
Apesar de alguns programas serem em inglês, o público-alvo do NHK no Brasil é a colônia japonesa - a maior do mundo, com 1,3 milhão de pessoas. É remota a possibilidade de tradução em português. A programação é de jornalísticos, culturais e esportivos, especialmente sumô e baseball.
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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 111400