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Jornal/Revista: O Globo
Data de Publicação: 29/09/1996
Autor/Repórter: Elena Corrêa

O PREVISÍVEL FINAL FELIZ DE 'O CAMPEÃO'

Novela não fez sucesso, mas a Rede Bandeirantes continuará investindo em teledramaturgia

Faltou o gol de placa. "O campeão", segunda novela produzida pela TV Plus e exibida na Rede Bandeirantes, não conseguiu emplacar. Atingindo uma média de dois pontos de audiência no Ibope, a novela inspirada na obra de Aguinaldo Silva e dirigida por Marcos Schechtmann chegará ao fim sexta-feira, sem qualquer perspectiva de suspense que possa atrair o público. Para o diretor geral da Rede Bandeirantes, Rubens Furtado, as falhas começaram no próprio titulo da história.

- O nome soou esportivo e espantou o público feminino. A produção foi muito bem-feita, bem dirigida, e o texto do Mário (Prata, escritor) é ótimo. Mas, não funcionou - conforma-se ele.

Apesar dos pesares, a emissora continuará apostando na dramaturgia. O contrato assinado com a produtora independente TV Plus prevê a realização de dez novelas. A primeira, "A idade da loba", exibida no ano passado, não fez sucesso, mas não chegou a ser o fracasso da segunda, "O campeão". Rubens Furtado espera que a terceira, "Perdidos de amor", reverta esse quadro. Ele já estuda a possibilidade de reativar o núcleo de dramaturgia da Bandeirantes e inaugurar um segundo horário para novelas.

- Continuaremos com o produto terceirizado porque existe um contrato a ser cumprido, mas, em meados do ano que vem, deveremos ter nossa produção própria - avisa.

Os fantasmas se divertem e dão o desfecho da história - Os maus serão punidos e os bons sairão vitoriosos. Um final com soluções previsíveis, no melhor estilo dos tradicionais folhetins, é o que está reservado ao público no último capítulo de "O campeão". A luta pelo poder, os romances conturbados e o problema dos meninos de rua ganharam destaque na história que tinha como espinha dorsal o drama de uma mulher, que procura o filho sumido há 15 anos, e de um jogador de futebol que, depois de jogar na Itália, volta ao Brasil e tenta reconstruir sua carreira. Claro que ela reencontrará o filho e o craque irá recuperar seu prestígio.

Os 40 primeiros capítulos foram escritos por Ricardo Linhares. Mas, como ele teve que voltar para a Rede Globo - emissora da qual é contratado - a história passou às mãos de Mário Prata. Embora admita que a substituição provocou uma certa mudança na condução da trama e no perfil de alguns personagens, Prata garante que a novela terá o desfecho previsto pelo autor Aguinaldo Silva, mas com uma certa dose de humor.

- Não tem suspense. Acontecerá uma passagem de tempo de um ano e o grande finale será contado por dois mortos que, lá do céu, mostrarão o destino dos personagens adianta Prata.

Os fantasmas narradores, no caso, serão os vilões falecidos Luís Miguel (Leonardo Franco), o diretor-financeiro do clube de futebol Pindorama que viver de conchavos, e Vânia (Ciça Wellisch), a ressentida amante de Felipe (Paulo Goulart). De mãos dadas, os dois se divertem enquanto espiam o que aconteceu a cada ex-companheiro de cena.

Na porta do Bingo, estaciona um carrão. Ismael (Sidney Magal), de porteiro, abre a porta para Porfírio (Sérgio Mamberti) que chega acompanhado de Mãezinha (Natália Thimberg), que passou a se chamar dona Augusta, e Débora (Bruno Sobral). Uma vendedora de flores dá uma rosa a Augusta: é Adalgisa (Cleo Ventura).

Vânia surpreende ao ver a humildade Ismael e Adalgisa. Luís Miguel explica que esta foi a forma de Felipe punir a irmã e o cunhado, premiando também Porfírio por ele ter ajudado a libertar Elizabeth Caldeira (Marília Pêra).

No flat do jogador Renato Alcãntara (Licurgo Spínolla), Sílvia (Nina de Pádua) escreve seu novo livro. É sobre casamentos desfeitos e crescimento interior. Weber (João Vitti) chega e diz à escritora que ela é a mulher da vida dele. Enquanto isso, Lola (Sandra Pêra) e Generosa (Margarida Carpinteiro) vendem salgadinhos na praia. Na prisão, Jô (Isis de Oliveira) visita Alberto Drummond (Carlos Eduardo Dolabella), condenado por tentar matar Felipe e Narciso (Paulo Goulart Filho).

Jô diz que Drummond teve sorte por sua arma ter disparado acidentalmente e acertado seu pé. Drummond, furioso, diz que não se conforma porque seu golpe não deu certo e todo o dinheiro do clube foi devolvido.

Num programa de rádio, Garota (Hilka Gomes) comunica a volta de Edilberto (Fernanda Almeida) ao Fluminense após ter se recuperado da cirurgia feita nos Estados Unidos. A menina lembra que a campanha lançada na rádio ajudou Maria Isabel Caldeira (Beth Goulart) a encontrar seu filho Lucas, que na verdade é Carlão (Dudu Azevedo). Garota também reencontrará seus pais, de quem tinha se perdido quando criança num parque de diversões, e fica sabendo que seu nome é Ana.

Já Felipe Caldeira, descobre que é o pai de Tasso (André Monteiro de Barros). A revelação é feita pela própria Elizabeth. Carlão entra no estúdio da rádio e informa que Isabel e Renato vão se casar. Em casa, os pombinhos ouvem o programa, fazem planos de ter mais um filho e se beijam apaixonadamente. Assim, termina o passeio dos fantasmas. É o apito final.

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 114117