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PUC-Rio
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Jornal/Revista: O Globo Data de Publicação: 25/06/1995 Autor/Repórter: Luiz Augusto Michelazzo
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REALEZA POLITICAMENTE CORRETA
Irene Ravache estuda História para abolir a escravatura em 'Sangue do meu sangue'
SÃO PAULO - Irene Ravache, a dona Lola de "Eramos seis", volta ao vídeo no próximo dia 11 de julho com a novela "Sangue do meu sangue", do SBT. Desta vez, diferentemente da meiga e conformada Lola, típica mãe de família da classe média paulistana dos anos 30, Irene interpretará uma das principais personalidades do final do século passado. Ela será a princesa Isabel, que como regente no segundo império assinou a Lei Áurea e libertou os escravos em 1888.
- Apesar de curto, o papel de princesa Isabel é muito bonito. Ela é uma das personagens da nossa História da qual todos se orgulham - diz a atriz, que conta ter estudado, bastante para compor fielmente a personagem, usando até a mesma linguagem da nobreza da época.
Segundo Irene, a princesa foi uma mulher de grande coragem e muita determinação, tendo enfrentado os preconceitos de uma época em que as mulheres eram totalmente submissas, quase um objeto, com a missão única de cuidar do lar e educar os filhos.
- Ela se dedicou inteiramente à causa da libertação dos escravos. Isabel era católica fervorosa e achava um absurdo, um crime contra as leis de Deus, que um ser humano mantivesse outro como seu escravo - afirma Irene, que diz ter ficado encantada também com a vida pessoal da princesa, em especial com sua relação com o marido.
Filha de dom Pedro II e de Teresa Cristina, como toda princesa da época, Isabel teve que aceitar um casamento arranjado por interesses políticos; e casou-se com um nobre francês, o conde d'Eu, a quem nem conhecia. Mas, como Irene comprovou nas suas pesquisas, a princesa e o conde acabaram se apaixonando e foram felizes, apesar da turbulência política provocada pela libertação dos escravos. A abolição terminou derrubando o imperador e a princesa foi exilada junto com o pai, morrendo em 1921.
Segundo Irene, a princesa, que havia se preparado para substituir o pai e ser imperatriz do Brasil, era uma mulher feia, mas de temperamento suave e boníssima. Como o pai, dom Pedro II, ela também não gostava de pompa e levava uma vida despojada.
Na vida pessoal, Irene confessa-se momentaneamente cansada das correrias do cotidiano.
- Depois de ficar quatro anos em cartaz com a peça "Uma relação muito delicada" e de "Éramos seis", o que mais gostei de fazer foi parar um pouco para curtir meu neto Carlos Eduardo, filho do meu filho Hiran Eduardo - conta.
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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 28659