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Nova Consulta

Jornal/Revista: Folha de S. Paulo
Data de Publicação: 09/07/1995
Autor/Repórter: Mariana Scalzo

AUTORES CONTAM COM ASSESSORIA HISTÓRICA

O SBT investiu fundo na sua nova produção em teledramaturgia: o remake de "Sangue do Meu Sangue" ganhou assessoria histórica.

A trama, originalmente escrita por Vicente Sesso em 1969, se passa no final do século 19, época do reinado de d. Pedro 2º e da abolição da escravatura.

Ana Luiza Martins Camargo de Oliveira, historiadora da Secretaria de Estado da Cultura e especialista no período, está ajudando Rita Buzzar, Paulo Figueiredo e Ecila Pedroso, adaptadores da versão do SBT.

"A época em que a trama se passa é um período muito específico da história do Brasil. Então, faço uma pesquisa para respaldo dos autores.

Passo para eles o vocabulário e a conduta social da época", conta Ana Luiza.

A historiadora faz questão de deixar claro que não é uma novela histórica e que, em primeiro plano, está o folhetim.

Na sua opinião, o texto desta segunda versão está sendo todo retrabalhado. "Há 25 anos, a pesquisa histórica sobre o período não havia deslanchado. Agora existe muito mais material", explica.

O pano de fundo da novela é a campanha da abolição -segundo Ana Luiza, a mais popular do século 19.

"'Sangue do Meu Sangue' não discute só o que foi o processo da abolição. Passa também uma idéia geral da busca da liberdade pela população."

Ana Luiza, que tem dois livros publicados sobre o período -"República: Um Outro Olhar'' e "Império do Café"-, trabalha basicamente com documentos de época.

"É uma novela urbana. A trama é ambientada no Rio de Janeiro, que tem características muito próprias. É o mundo da corte", diz.

A historiadora nunca havia trabalhado em televisão e explica que seu papel, na maioria das vezes, é dizer para os autores "não façam isso" ou "façam assim".

Apesar de não considerar a novela como uma aula de história pela TV, Ana Luiza acha que o público poderá aprender um pouco acompanhando a trama.

"É um grande drama social e discute problemas que existem até hoje, como a elite no poder e a discriminação social -na época, a dos escravos; atualmente, a dos negros."

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 28805