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Jornal/Revista: O Globo
Data de Publicação: 09/07/1995
Autor/Repórter:

LUCÉLIA VOLTA AO SÉCULO XIX SETE ANOS DEPOIS

SÃO PAULO - Lucélia Santos está de se dedicando integralmente à personagem Júlia, a heroína de "Sangue do meu sangue", a nova novela do SBT. Moça rica, ela se casa por amor com um contínuo que só estava interessado no seu dinheiro. Começa aí uma sucessão de percalços no papel que marca a volta de Lucélia depois de sete anos afastada da TV

Declaradamente entusiasta das novelas de época, a atriz conta que abandonou um acerto anterior com a produtora independente TV Plus, que a queria no elenco de "Idade da loba", novela que a Rede Bandeirantes põe no ar dia 24.

Empolgada com a nova produção, Lucélia não hesita em afirmar que prefere entrar numa carruagem usando roupas pesadas a embarcar num táxi em Ipanema.

ATRIZ É ATRAÍDA PELA ÉPOCA - Aos 37 anos, Lucélia diz que quer repetir o sucesso que conseguiu com "Escrava Isaura" (1976) e "Sinhá Moça" (1986), novelas produzidas pela Rede Globo e que a consagraram junto ao público. Exportadas para dezenas de países, as duas tramas já foram vistas por milhões de telespectadores em todo o mundo.

A Júlia de "Sangue do meu sangue", segundo a atriz, é uma espécie de Sinhá Moça, mais madura e sofrida, porém cheia de beleza e garra.

- Apaixonei-me apaixonei de cara pelo papel de Júlia e deixei de lado todos os outros compromissos, diz Lucélia, confirmando que tinha acertado com a Rede Bandeirantes sua participação na novela "Idade da loba", estrelada por Betty Faria, que estréia no próximo dia 24.

Ela confessa que não consegue resistir ao charme de uma história ambientada no século passado e conta que sempre se encanta pelas roupas e pelo clima romântico da época.

- Acho mais fácil e mais gostoso entrar numa carruagem, mesmo com aqueles vestidões de antigamente, do que me alojar num táxi em Ipanema - compara a atriz, que se considera uma "mulher de época".

Na primeira fase de "Sangue do meu sangue", Júlia terá 33 anos. Ela é uma personagem trágica. Contrariando o pai, o Dr. Mário (Rubens de Falco), um rico banqueiro do Rio no final do século passado, Júlia se casa com Clóvis (Osmar Prado), contínuo do banco. Pobretão, o novo marido se revela um carreirista de péssimo caráter. O casamento infeliz de Júlia acaba por matar sua mãe de desgosto.

- Mas ela é uma lutadora, que se não se deixa abater pelos revezes da vida.

É dessas mulheres sofredoras, que apanham todo dia, mas encontram forças para dar a volta por cima - afirma a atriz.

Além do marido, que é jogador e mulherengo, Júlia tem problemas de sobra para estimular a disposição da atriz. Um deles é seu irmão, Juca (Guilherme Leme), que é alcoólatra. Outro é um segredo que ela esconde até do marido: o filho do casal, que na verdade não é legítimo. Mas ainda assim Júlia encontra energia e ânimo. Na segunda fase da novela, ela terá 43 anos e vai se dedicar à libertação dos escravos.

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 28812