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PUC-Rio
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Jornal/Revista: Meio & Mensagem Data de Publicação: 18/05/1998 Autor/Repórter: Eloiza de Oliveira
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CANAL ABERTO AO MERCADO
TVA rompe contrata de exclusividade com o Country Music Television
A TVA não detém mais a exclusividade do CMT (Country Music Television), conforme M&M já havia antecipado na edição 803. A operadora brasileira divulgou agora o rompimento do contrato de transmissão exclusiva do canal norte-americano alegando inviabilidade econômica. Depois de fazer parte, por três anos, do line-up exclusivo da TVA, o CMT foi avaliado pela operadora como um produto caro e de pouco retorno financeiro. "O CMT não respondia às nossas exigências básicas: audiência, publicidade e dividendos para nossos acionistas. Diante disso, por que pagar pela exclusividade?", explica Luiz Gleiser, diretor geral de programação da TVA. Contudo, ele ressalta que a operadora brasileira continuará como a representante do CMT no País, podendo comercializá-lo para operações de cabo e MMDS.
Apesar de Cindy Wilson, vice-presidente de operações internacionais da Gaillord Entertainment Company (proprietária do canal), ter afirmado que há conversações com a Net Brasil sobre possível transferência do CMT para aquele sistema,
Gleiser nega que este fato tenha influenciado a TVA no rompimento do acordo de exclusividade: "Não estamos preocupados com a Net e nem sabemos de seu interesse pelo CMT. Mas se eles apresentarem uma boa proposta, nós venderemos o canal com o maior prazer".
O diretor geral de programação da TVA disse ainda que o CMT seria um bom negócio para a Net, que atinge praças onde o canal de country music teria forte apelo popular. Atualmente, a Net abocanha 70% do bolo de assinantes no País. Já à TVA cabe fatia de 25% de telespectadores e praças desvinculadas do mundo rural. "Um canal desse tipo não combina com o Rio de Janeiro, por exemplo", analisa Gleiser. O contrato de exclusividade do ESPN Brasil, no entanto, continua intacto. O executivo da TVA negou veementemente as informações de que haveria rompimento entre as partes até o fim do ano.
Desde abril, a produção local do CMT (bancada anteriormente pela TVA), está desativada, e foram retirados da grade do canal programas como "Non Stop Brasil", "Top 12 Brasil" e "CMT Rodeio".
ESPORTE EXCLUSIVO
O contrato de exclusividade do ESPN Brasil, no entanto, continua intacto. O executivo da TVA negou veementemente as informações de que haveria rompimento entre as partes até o fim do ano - reforçadas pelo fato de o ESPN International estar transmitindo sua programação em português. Para Gleiser, a versão para o nosso idioma não significa que o ESPN Inter esteja planejando fixar-se sozinho ou com outros parceiros no País. "Os americanos não cometeriam tamanha burrice. Eles detêm 50% das ações da ESPN Brasil, que é muito rentável. A transmissão em português é só uma opção para atingir um público maior, sem o risco de concorrer com a outra, que tem uma programação voltada para o esporte brasileiro", avalia Luiz Gleiser.
A ESPN Brasil é uma joint venture entre a TVA e a ESPN International, empresa do megagrupo Disney.
INDIVISÍVEL
Seguindo a linha de desmentidos, Luiz Gleiser classificou como "equivocada e maliciosa" a notícia de que os sócios estrangeiros do Grupo Abril estariam interessados apenas na operadora TVA, e dispostos a romper com a porção programadora da empresa até o fim do ano.
De acordo com o executivo, a TVA passa por uma fase de reestruturação, que inclui a implantação de três subdivisões: banda KU; cabo e MMDS; e programação. "Para os investidores internacionais é muito mais fácil comparar e analisar de forma setorial. Estas divisões são apenas meios para facilitar e dar mais transparência ao nosso trabalho", diz.
Os parceiros externos da TVA são Falcon Cable (EUA), Disney/ABC (EUA), Hearst Corporation (EUA) e banco Chase Manhattan.
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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 38011