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Nova Consulta

Jornal/Revista: Jornal do Brasil
Data de Publicação: 08/05/1996
Autor/Repórter: Ana Cláudia Souza

PRODUÇÃO PRÓPRIA COM QUALIDADE

Do monte de personagens que o SBT despejou na tela, segunda-feira, os de Razão viver (21h) saíram ganhando. Única produção própria da emissora paulista — as outras duas novelas são produzidas fora da casa —, Razão de viver soou como um alivio a quem se dispôs a acompanhar o inicio de Antônio Alves, taxista: iluminação de qualidade, cenários bem montados, bons figurinos e, o melhor, muita gente bonita na tela. Tudo o que faltou na produção que resolveu apostar apenas no carisma de Fábio Jr. Mas isto é objeto de outra critica.

Como todo mundo está acostumado a ver novela desde que nasceu, o quesito principal numa nova produção é colocar caras conhecidas na tela, gente com a qual o público se identifique de imediato. E isso não faltou na produção do SBT. Joana Fomm roubou a cena no primeiro capitulo, fazendo uma empresária de moda mau caráter, que não titubeia em brilhar sobre o talento alheio e maltratar sua melhor amiga e funcionária-não-reconhecida, interpretada por Irene Ravache, com alguns traços da sofrida Dona Lola de Éramos seis. Joana Fomm — mãe da rebelde e à primeira vista alcoólatra Olga vivida por Mayara Magri — ainda alterna momentos de docilidade com outros de pura grosseria e isso é outro ponto positivo do personagem: quem não tem ou teve um chefe assim?

Ao mesmo tempo em que pôs personagens no estilo gente-como-a-gente — que pegam metrô, convivem com chefes intratáveis, têm filhos problemas e pais carentes — Razão de viver também não esqueceu o conto de fada: a mocinha (Adriana Esteves) que, mesmo ferida num acidente de trânsito, consegue trocar olhares com o jovem médico (Marco Ricca) que a socorreu no meio da rua.

Como pano de fundo, o mundo da moda, que, com perdão do trocadilho, sempre dá pano para manga. Como se colocasse o espectador do outro lado do buraco da fechadura, Razão de viver revelou os bastidores de um desfile que contou com convidados da vida real como a cantora Vanusa, a apresentadora da casa Eliana e outros emergentes da sociedade paulista. Ponto para Nilton Travesso, o diretor que há anos lidera a equipe que está pondo de pé a teledramaturgia do SBT.

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 50749