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Jornal/Revista: O Globo
Data de Publicação: 02/09/2001
Autor/Repórter: Lilian Fernandes

UM PEDAÇO DO DISTANTE MARROCOS NO PROJAC

Deu trabalho, mas a equipe de "O clone" conseguiu transferir um pedacinho de Marrocos para o Projac, em Jacarepaguá. Quando a novela estrear, em 1 de outubro, o público estará diante não só de atores que parecem verdadeiros árabes como de ambientes que poderiam pertencer a casas marroquinas. A maior parte dos objetos e roupas que se verá em cena foi comprada na África.

A delicada operação teve seu ponto alto em junho, quando a produtora de arte Tiza de Oliveira e o figurinista Paulo Lóes embarcaram para Marrocos para fazer pesquisas e compras. Após 40 dias, eles despacharam uma tonelada de material para o Brasil. Foram 30 tapetes, 200 lenços, cem pratos de cobre, 40 bules, 150 peças de roupas, cem pares de sapatos, vestidos de noiva, pratas, jóias, louças, cerâmicas, jogos de cama, toalhas de mesa, almofadas, castiçais, panelas, cinzeiros...

- Além de ser mais barato, tínhamos mais opções, já que os marroquinos vivem do artesanato - conta Tiza. - Comprei coisas que só lá eu poderia descobrir que existiam, como uma fibra vegetal que eles esfregam nos dentes após as refeições para limpá-los.

Outra etapa importante foi construir uma cidade cenográfica que reproduz a localidade marroquina de Fès, onde, na trama, viverá Ali (Stênio Garcia). Agora, a produção quer contratar marroquinos como figurantes. O problema é que há apenas 150 deles no Rio, e muitos em situação irregular.

Por enquanto, há dois marroquinos no estúdio diariamente. Os irmãos Ahmed e Karima Elmaataoui acompanham as gravações do núcleo muçulmano e corrigem desde a pronúncia dos atores até os seus gestos. Karima, de 29 anos, ganhou até personagem: será empregada de Ali.

- É um prazer ver uma novela tratar pela primeira vez de costumes árabes - diz Ahmed, de 32 anos.

Os irmãos não estão tendo muito trabalho, já que os atores fizeram um curso intensivo de língua árabe, religião muçulmana e costumes marroquinos e as seqüências são preparadas sob a supervisão atenta da pesquisadora Myriam Mendes.

- Meu trabalho é garantir que tudo pareça real. Até a maneira de os marroquinos se cumprimentarem é diferente da nossa - conta ela.

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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 72088