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PUC-Rio
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Jornal/Revista: ISTO É - Gente Data de Publicação: 26/06/2003 Autor/Repórter: Luís Edmundo Araújo
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CAROL CASTRO
Sucesso em Mulheres Apaixonadas, a atriz recusou convites para posar nua e diz que, ao contrário de sua personagem, é antiquada nos relacionamentos e não dá em cima de ninguém
Ela chamou a atenção logo que apareceu na novela Mulheres Apaixonadas no mês passado. Na segunda semana de sua participação na trama, já recusava convites para posar nua. Nem por isso diminuíram os olhares masculinos em sua direção. E não era para menos. Exibindo o corpo perfeito nos trajes habitualmente sumários da provocante Gracinha, a atriz Carol Castro, 19 anos, não podia mesmo passar despercebida. Feliz com a popularidade repentina, ela só avisa que não tem nada a ver com o lado abusado de sua personagem. “Não sou atirada como ela”, diz a atriz, que recorre a um velho chavão para justificar a recusa em fazer fotos sem roupa. “As pessoas têm de me conhecer pelo meu trabalho, não pelo meu corpo.”
E o trabalho de Carol como atriz começou cedo. Aos 9 anos, ela participou da peça Frankenstein, encenada pela companhia de teatro criada pelo pai, o ator Luca de Castro, 53, em parceria com Anselmo Vasconcelos e Antônio Pedro. Na estréia, a timidez quase a atrapalhou. Fazia o papel da menina que se encontrava com Frankenstein e mudou o espetáculo minutos antes de entrar em cena. “Estava tão nervosa que, na coxia, pedi ao Mário Hermeto, que fazia o meu pai na peça, para eu não falar nada. Entrei e só entreguei a flor para o Frankenstein”, lembra.
A atriz ainda atuou em duas peças do pai até os 13 anos, quando teve a carreira interrompida em função de mudanças. Ela transferiu-se com a mãe, a educadora Cecília Castelo Branco, para Natal – seus pais tinham se separado havia alguns anos – e depois para Bauru, no interior de São Paulo. Cecília retornou ao Rio e Carol ficou lá com a irmã Alice, 25, dividindo um quarto e sala com a irmã e outras quatro mulheres. “Todas estavam na faculdade e eu na 7ª série”, lembra a atriz. Ela teve de esperar um ano até morar com a irmã em um apartamento só para as duas em Bauru, onde ficou até a volta definitiva para o Rio, em 1998.
No interior paulista, o clima de cidade pequena contrastava com a educação liberal que permitiu a Carol fazer a primeira tatuagem – uma águia no tornozelo – aos 10 anos. “Não foi uma loucura. Minha mãe me explicou que a tatuagem era para sempre mas não me proibiu. Fiz e nunca me arrependi”, conta ela. Aos 14 anos, Carol costumava sair de Bauru na sexta-feira para trabalhar no Rio no fim de semana, como vendedora da Babilônia Feira Hype. “Viajava de ônibus. Chegava de volta às 5h30 de terça-feira, para estar na aula às 7h”, lembra a atriz.
Na época, Carol admite que era rebelde, mas não no quesito relacionamento. “Nunca dei em cima de ninguém, como a Gracinha faz. Sou até meio antiquada nisso, gosto que o homem tome a iniciativa”, diz a atriz, que há dois meses namora o modelo Vicente Fricke, 23. “E não fico me exibindo. Um olhar é muito mais poderoso do que um par de pernas à mostra”, diz a atriz, que fez a segunda tatuagem – um desenho tribal na barriga, fartamente exibido nas aparições de Gracinha na novela – após voltar ao Rio, em 1998.
De volta à cidade natal, retomou a carreira, que, segundo a mãe, se desenhava antes de seu nascimento. “Fiquei grávida quando trabalhava na produção da peça Pererê, do Luca. A ligação da Carol com o teatro vem desde a concepção dela”, brinca Cecília. A retomada da carreira, no entanto, foi traumática. Escalada para viver uma índia numa peça sobre os 500 anos do descobrimento do Brasil, a atriz foi impedida de atuar no dia da estréia, em agosto de 2000, por uma decisão do juiz da 1ª Vara de Infância e Adolescência do Rio, Siro Darlan, que proibira a presença de menores no espetáculo. “Fui tirada do palco minutos antes da estréia. Assisti à peça chorando”, conta.
O trauma não a impediu de voltar aos palcos com os mesmos 17 anos da época da proibição. Para isso, adotou uma estratégia em conjunto com todos os integrantes da companhia teatral do pai. “Todo mundo fazia a peça com um olho no palco e outro na platéia. Se entrasse alguém estranho, tinha de sair do palco correndo”, lembra a atriz, que chegou a fazer três comédias: Estrangulador de Copa, Star Track e Nosferatu.
Na última delas, chamou a atenção de Luiz Antônio Rocha, produtor de elenco da Globo, que a convidou para o papel de Gracinha. Hoje, além de comemorar o sucesso na novela, vive a expectativa da estréia no cinema, no filme O Caminho das Nuvens, de Vicente Amorim, programado para entrar em cartaz esse ano.
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Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 89013