PUC-Rio

Voltar

Nova Consulta

Jornal/Revista: Folha de S. Paulo
Data de Publicação: 16/05/1989
Autor/Repórter:

CHRISTIANE TORÇONI VOLTA À TV EM NOVELA DA MANCHETE

Depois de três anos sem faz( televisão, a atriz Christiane Torloni começa a gravar, na próxima quinta-feira, "Kananga do Japão", a novela de Wilson Aguiar Filho, que TV Manchete pretende estrear dia 19 de junho, às 21h30. O projeto - considerado pela direção da emissora como a última tentativa Manchete em se firmar na área teledramaturgia - inicia hoje, com direção de Tizuka Yamazaki, nos estúdios de Água Grande, no subúrbio do Rio.

A novela é uma superprodução ambientada na década de 30. Para realizá-la, a emissora está construindo uma cidade cenográfica de mil metros quadrados, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), que reproduz a praça Onze carioca, da época. Além disso, realizou reformas de infra-estrutura nos seu estúdios. Todos esses investimentos porém, estiveram ameaçados pela falta de uma atriz para desempenhar o papel principal de Dora, a filha de uma falida família quatrocentona paulista que vem para o Rio recomeçar a vida. Maitê Proença, Bruna Lombardi, Cláudia Raia, Vera Fischer e Glória Pires foram "paqueradas" pela emissora, mas mantiveram-se fiéis à Globo.

Christiane Torloni disse o sim à Manchete na semana passada. Protagonizando "O Lobo de Ray-Ban" junto com Raul Cortez, atualmente em temporada no Rio, Torloni já tinha sido sondada pela Globo antes de receber o convite da Manchete. E foi justamente o investimento que a emissora fez na parte técnica que a interessou pelo projeto. A atriz já trabalhou na casa, na novela "Corpo Santo" (atualmente em reprise, às 13h) e não terminou as gravações por causa da precariedade das condições de trabalho na emissora. Antes de discutir salário, Torloni pediu informações sobre a infra-estrutura técnica. Ficou satisfeita com as respostas do diretor artístico da emissora, Jayme Monjardim.

Foi a sinopse que definiu sua posição. "O Wilson escreveu a melhor sinopse de TV que já li na vida. Ele desenvolveu toda a história da novela, que conta a saga de dez anos de uma família, como um conto. Isso permite a composição de seu personagem, como no cinema, porque você já tem o todo na cabeça", disse ela, que viu em Dora "um quê" de Searlet O'Hara, de "... E o Vento levou".

Outro ponto que sensibilizou a atriz foi o fato do projeto mostrar a vida política da década de 30. A ex-musa das "diretas já" vai subir no "palanque" da "Kananga" satisfeita com a coincidência desse ser um ano de eleição presidencial. "A história é um folhetim político. Vai ajudar a refrescar a memória da gente e a informar à garotada quem foi Getúlio e o que ele tem a ver com o país em que vivemos hoje", disse.

Voltar

Fonte: Banco de Dados TV-Pesquisa - Documento número: 9320