TV-Pesquisa - Histórico
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Quando o Projeto TV-Pesquisa foi colocado na Internet, escrevemos:
O papel da imprensa no universo televisivo não pode ser desprezado por vários motivos.
O primeiro decorre do papel social que o cronista da TV se atribui. Assim, comemorando quatro anos de críticas diárias no jornal O Globo, o colunista Artur da Távola se considera, ''querendo ou não, uma espécie de advogado do consumidor''. O cronista do JB, Paulo Maia, define sua atuação como crítico com alguma militância . Um cronista da Folha de São Paulo, Felipe Fortuna, se denomina ' 'um triste panfletário' ' que procura um leitor. Outro cronista da Folha, Fernando de Barros e Silva, afirma na crônica ''Afinal para que serve a crítica?'', que esta crítica ''talvez não passe de um esperneio narcísico de alguém que é tão selvagem quanto as coisas de que se ocupa''. Em virtude destes questionamentos, talvez a Folha tenha promovido um concurso para encontrar um simples telespectador para escrever sobre a TV, sem criticá-la .
Por sua vez, os editoriais não duvidam nem questionam. Eles defendem grandes temas, como a qualidade da programação televisiva. Propõem-se preservar a família e reclamam por ética .
Por outro lado, a imprensa aponta irregularidades no usufruir de sua concessão e prova que o universo televisivo é maior que o televisor.
Falando do televisor caseiro, a imprensa, sem dúvida, revela sua importância para o cidadão pouco respeitado . Muitas vezes, pouca noção temos desta importância no dia-a-dia do telespectador. Neste sentido, a imprensa revela .
Acrescentamos em 2019:
No decorrer dos anos, a imprensa acompanha a diversificação das modalidades da transmissão de imagem e som: a TV em preto e branco, a TV a cores, a TV por assinatura, a TV HD - sem mencionar ainda o videocassete e o DVD - e por fim a ascensão do streaming que, por sua vez, faz surgir o cenário da multitela, o que amplifica as plataformas de entretenimento, seduzindo os telespectadores, o que resulta na netflixização dos nossos hábitos televisivos, afirma a cronista da Folha de São Paulo, Luciana Coelho: ou seja: 'ver TV' deixa de ser uma atividade de entretenimento coletiva. A proliferação de serviços de streaming, pois, favorece a individualização do entretenimento televisivo, por permitir, além da escolha do programa, também o local e a hora, o que leva o telespectador, público-leitor e fã de séries, a se queixar de colunas antecipando o desfecho da historia. O colunista se tornou o estraga-prazeres capaz de despertar uma ira inimaginável no mais pacífico dos fãs de séries, de que fala a colunista do jornal O Globo, Patrícia Kogut.
Por sua vez, a colunista do jornal O Estado de São Paulo, Eliana Silva de Souza, afirma que é complicado falar de um seriado sem deixar de dar algum spoiler, estragando a emoção do 'final feliz '.
Nesta perspectiva torna-se compreensível quando Luciano Buarque de Holanda, o colunista do Valor Econômico, se justifica ao terminar sua coluna, dizendo: ''Não é um spoiler, uma vez que o trailer oficial já antecipa o fim trágico' ', ou resume sua crônica a observar que se trata de um ' novelão ' muito acima da média, esteticamente irretocável, entretanto'' ou afirma: ''... dificilmente teremos uma segunda temporada' ' . Ou seja, o cronista de hoje não se atribui mais o papel de advogado ou se considera um militante ou, mesmo, um triste panfletário.
Por esta razão, a colunista do jornal O Estado de São Paulo, Mariana Morisawa, se explica, dizendo: Estamos aqui para salvar você, caro/a leitor/a, e dar nossa sugestão diante de milhares de programas de Netflix sobre as quais não se tem referência nenhuma .
Além destas constatações, a própria imprensa impressa evidencia que a evolução tecnológica da transmissão de imagem e som alterou a cobertura do fenômeno televisivo. Assim, em 2008 ela o tratou 10792 vezes. Dez anos depois a cobertura foi reduzido a 3487.
Por esta razão, verificando que a revolução digital alterou costumes e hábitos, decorrentes da atuação das plataformas de streaming, a imprensa diversificou a forma de informação ao publicar, também na internet, suas observações relativas à programação televisiva, fazendo com que o Projeto TV-Pesquisa, a partir de 11/07/2019, apresentasse também comentários diversificados.
Em 11/07/2024. O Projeto TV-Pesquisa encerrou definitivamente sua atuação após 55 anos ter acompanhando a imprensa brasileira ao expressar suas opiniões sobre a atuação da TV brasileira.
Seu acervo, no entanto, permanecerá, pois não se apaga História.